eternidades
Os meus raros momentos (dádivas) de quase vivência esmagante de eternidade são tecidos, apesar de tudo, de entregas plenas a instantes de presença agradecida.
Os meus raros momentos (dádivas) de quase vivência esmagante de eternidade são tecidos, apesar de tudo, de entregas plenas a instantes de presença agradecida.
Se eu tivesse mesmo de ter uma obrigação (terei?), seria a obrigação de ser feliz.
Uma boa graça a pedir – sempre melhor que pedinchar – é a de me assustar menos face ao que falta, dentro de mim, fora de mim e no mundo. A confiança reside aqui: o que falta é matéria prima da obra que se vai esculpindo…
O poeta romano Horácio deixou-nos uma simples combinação inspiradora: carpe diem. Talvez ousasse traduzir com linguagem atual como “curte o dia”. Entendida na sua versão inteira e com dimensão espiritual, resume um apelo suficiente para encontros verdadeiramente humanos.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 2, 2-32
Ofereceram-Lhe presentes
Ainda no dinamismo da época de Natal, somos conforntados com a entrega dos presentes ao Menino Jesus. Em Espanha, como é sabido, é mesmo esta a altura reservada para a troca de presentes. Foquemo-nos na cumplicidade semântica da palavra ‘presente’ dizer respeito a uma prenda e, ao mesmo tempo, a este tempo que que vivemos, que não ´ontem nem amanhã. E se o nosso verdadeiro presente (a Deus – Menino – e aos homens) fosse este tempo presente que temos para viver e que queremos viver. Haverá presente mais valioso do que o tempo presente bem vivido?
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 1, 26-38
«Faça-se em mim segundo a tua palavra»
Maria realiza em si aquilo que também nos convida a fazer a nós: abrir-se aos desafios do Criador. Maria não é calculista mas aventura-se, não pergunta mas realiza, não duvida mas acredita, não se recusa mas oferece-se. A maior inspiração mariana radica na abertura à novidade, na criação de um certo ‘nada’ interior, capaz de acolher como dom o ‘tudo’ que o tempo traz.
Na vida, face a um qualquer cintilar sincero e com laivos de promessa fiel, diante dum passo incerto, é quase sempre melhor avançar do que congelar no medo.
É uma sabedoria dos tempos: cada pequena coisa com grande amor será sempre o que nos libertará!
Estou onde estou e como estou. Às vezes, de facto, não estou, porque não estou onde estou nem como estou…
Tudo o que nos acontece, por dentro e por fora, é sagrado em potência. Para ser verdadeiramente fecundo, esse tudo que nos acontece de potencialmente sagrado tem de ser: 1-encarado, 2-interpretado e 3-integrado. Não é uma picadora moulinex 1-2-3 mas o seu oposto, pois precisa de tempo e de silêncio…