crer para conhecer…
Passa despercebido a muitos praticantes da ciência, mas, também nesta arte, a crença precede o saber. Há uma rede fiduciária, nas palavras de Michael Polanyi, sem a qual é impossível conhecer…
Passa despercebido a muitos praticantes da ciência, mas, também nesta arte, a crença precede o saber. Há uma rede fiduciária, nas palavras de Michael Polanyi, sem a qual é impossível conhecer…
Fico sempre meio incomodado, como católico romano, quando se diz que o Espírito Santo assiste a eleição do Papa. Entre outras coisas, recordo-me de certos papas ao longo da história e associo um espírito santo meio adormecido… A questão não é simples, mas engendrei um caminho razoavelmente libertador: o Espírito Santo assiste a escolha de um Papa porque o Espírito Santo sopra por todo o lado, como Lhe é próprio… na realidade, o Espírito Santo está sempre a assistir…
As circunstâncias são só o ‘acidente-dádiva’ onde o amor mais profundo, pré-existente e além do suporte, se pode realizar…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 21, 28–32
Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi
Há muitos de nós, há partes de nós (…), que dizem que fazem e não fazem. Outras vezes, pelo contrário, dizemos que não fazemos e fazemos… As palavras do Evangelho, em formato parabólico, valorizam mais o fazer do que o anúncio, mais o gesto do que a palavra, mais a ação do que a intenção. De outra forma, podemos ainda apontar para evitar as justificações palavreadas, substituindo-as por um agir silencioso e coerente. Esta valorização da ação remete-nos pois, também, para o valor da contenção verbal, para o concurso de mais silêncio consolador… O amor, neste cenário, nunca é abstracto… é concreto!
NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.
L 1 Ez 18, 25-28; Sl 24 (25), 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Flp 2, 1-11 ou Flp 2, 1-5
Ev Mt 21, 28-32
O simples a que se referem os Evangelhos (das crianças e não dos sábios…) não é o ignorante nem o irracional… Por isto, sem resolver a fé, dá jeito uma pitada de teologia…
É bom nunca esquecer a nossa radical fragilidade. Mas há algumas graças prévias que nos embalam, por vezes, em coragens quase heróicas e que, sem abolir essa fragilidade, nos estruturam…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 20, 1-16
Os últimos serão os primeiros
Lemos do Evangelho de Mateus a célebre parábola do “trabalhador da última hora”, um dos mais desconcertantes ensinamentos de Jesus. A lógica de Deus, de facto, não é a nossa. A contabilidade do amor não é produtivista. É excessiva! A Deus importa o encontro de cada um consigo próprio e com o Criador. Ter inveja de quem recebe o mesmo, apesar de chegar mais tarde, é fazer contas mesquinhas. Há também um certo tom de aviso nesta passagem, principalmente para as pessoas religiosas: não há estatutos adquiridos de validade superior… dito de outra forma, para entender apenas neste contexto: ninguém merece mais do que ninguém…
NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.
L 1 Is 55, 6-9; Sl 144 (145), 2-3. 8-9. 17-18
L 2 Flp 1, 20c-24. 27a
Ev Mt 20, 1-16a
Cheio ou vazio,
É a dádiva
que me sustém…
A hermenêutica rabínica dizia que face a uma leitura da bíblia existiam outras 49, que por sua vez é 7 x 7, que, por sua vez, na metáfora simbólica, é infinitas vezes…
Peter Senge invoca o “Pensamento Sistémico” como uma das grandes disciplinas da escola. O pensamento sistémico diz respeito a algo importante, bastante coerente com os modelos sociais, científicos, tecnológicos e informacionais contemporâneos. Uma visão de conjunto é fundamental, já que, tal como acontece com um cobertor pequeno de uma cama, «mexer aqui» tem implicações «acolá» e toda a acção deve ter um saber sistémico na sua base. Senge, partindo desta urgência social e económica, invoca que também a escola se deve preparar para ajudar alunos e professores a apreenderem estas novas disciplinas.