Se hoje ouvirdes a voz do Senhor não fecheis os vossos corações

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se  Slm 94

«se hoje ouvirdes a voz do Senhor não fecheis os vossos corações»

O pecado (o ‘tiro’ menos certeiro) inqiueta-nos. O afastamento do amor não nos traz paz ao coração. As palavras do salmo apelam à abertura dos nossos corações, ao rasgar de espaços interiores para ao amor de Deus. Santo Agostinho exprime de forma belíssima o confronto entre a sede de infinito e a abertura a Deus. Diz ele: “Tu, Deus, fizeste o meu coração para Ti e o meu coração não terá paz se não repousar em ti”. Confrontados com os nossos limites, com os limites dos outros, com os limites do mundo, valerá a pena repousar a nossa inquietude em Deus…

NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM


L 1 Ez 33, 7-9; Sl 94 (95), 1-2. 6-7. 8-9
L 2 Rm 13, 8-10
Ev Mt 18, 15-20

JP in Sem categoria 10 Setembro, 2023

segredos e prisões…

O segredo pode ser muito matreiro. Podemos até ser prudentes na receção de um segredo de alguém… Hoje, como não fazia outrora, penso duas vezes antes de guardar um segredo que alguém me lance, principalmente se não confiar agudamente nessa pessoa. O segredo, normalmente com algum poder destrutivo, pode tornar-se numa prisão… Sendo mais concreto: quando te disserem “tenho uma coisa para te dizer mas não comentes com ninguém”, ponderar bem se não seria de responder “grato, mas não desejo saber tal informação” …

JP in Sem categoria 8 Setembro, 2023

discussões…

Todos reconhecemos que há muitas discussões estéreis que poderiam ser interrompidas saudavelmente com uma afirmação, explicita ou implícita, do tipo “aceito radicalmente a tua opinião mesmo não concordando com ela…”

JP in Sem categoria 6 Setembro, 2023

perguntas…

Há duas perguntas desgastantes, onde investimos de mais e que apresentam, por vezes, frutos duvidosos nas relações e nas organizações: “quem tem culpa?” e “quem tem razão?” …

JP in Sem categoria 4 Setembro, 2023

Por Vós suspiro, como terra árida, sequiosa, sem água

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 62

Encontramos no Salmo uma imagem muito real de nós próprios: “terra árida, sequiosa, sem água”. é uma descrição daquilo a que chamamos, também, desejo. O nosso coração tem uma sede eterna do eterno e esse desejo e essa carência move-nos e comove-nos, na fé e na vida. Quando as nossas apostas se dirigem ao provisório, ao precário, ao passageiro, a terra é regada mas logo seca com o Sol árido da própria vida. É a secura que se torna constante. Há que procurar, pois, para esta terra sedenta que somos, uma fonte, uma fonte de água viva. Para os cristãos, é Cristo esta nascente contínua, que nos rega a cada instante, que nos mata a secura, que nos torna carentes-desejantes-saciados, agora e para sempre. A água, convém notar, não elimina a sede: sacia mas permite a sede que vem. A fonte, essa sim, é a garantia da água abundante…

NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.

DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM

L 1 Jr 20, 7-9; Sl 62 (63), 2. 3-4. 5-6. 8-9
L 2 Rm 12, 1-2
Ev Mt 16, 21-27

JP in Sem categoria 2 Setembro, 2023

Génesis…

Diante da cena de Eva nos Génesis não devo esperar um livro que se me impõe, qual criacionismo ingénuo. Pelo contrário, sou eu que me proponho ao livro, e me abro e amplio, revendo-me como num espelho sobre as maravilhas do mundo que está a ser criado e sobre as contingências da maçã que, apressadamente e autocentradamente, também eu quero possuir…

JP in Sem categoria 30 Agosto, 2023

…e não sou eu…

É inspiradora a máxima de não sei quem, que nos afasta do autocentrismo: “Existe Deus… e não sou eu…”

Há uma anedota simplória que corrobora: “certo dia no Céu alguém andava a descobrir quem seria Deus no meio de toda aquela panóplia de gente. Às tantas, jogando às cartas, descobriu. Levantou-se o parceiro de jogo e disse “então até amanhã, se eu quiser”…

JP in Sem categoria 28 Agosto, 2023

Quem acham que eu sou?

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 16, 13-20

Há uma pergunta muito central no cristianismo, que nos visita em espiral, sempre com aprofundamentos renovados: quem é Jesus, o Cristo, para mim? Embora a fé vivida na Igreja sublinhe o “nós necessário”, o caminho conjunto (a Igreja pode ajudar-me a que eu “me livre de mim mesmo”, concentricamente…), esta pergunta é muito pessoal e dinâmica. Para os cristãos, é uma pergunta que se vai fazendo e que vai tendo como respostas sucessivas a nossa própria vida (con)formada nessa mesma percepção (assim vivida) de Cristo em nós.

NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.

DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM


L 1 Is 22, 19-23; Sl 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 6 e 8bc
L 2 Rm 11, 33-36
Ev Mt 16, 13-20

JP in Sem categoria 26 Agosto, 2023

circunstância…

Somo seres “em circunstância”. Uma certa rendição às circunstâncias gera liberdade interior. Mas o que acontece muitas vezes é uma imersão cega nas circunstâncias. Acolher a circunstância, portanto, liberta. Mas ser refém da circunstância, sem visão de saída nem coragem para a mudança, oprime…

JP in Sem categoria 24 Agosto, 2023

Eros sou

De eros
me sou feito.
Aqui o excesso
é sempre excesso.
A falta
é sempre falta, também…
Embora incerto,
só estou certo,
com ou sem
(in)satisfeito eros,
que a entrega é um bem.

JP in Sem categoria 22 Agosto, 2023