crítica sustentada em educação

O dinamismo escolar e académico presta-se ao sentido crítico. A crítica é estimulada nos palcos educativos. Mas é importante que a crítica seja sustentada. Tenho vindo a notar, em certos fóruns, educativos e não só, que pode haver uma hipervalorização (ingénua ou perversa…) da crítica. Por vezes, a crítica não tem boas raízes e cai-se num certo criticismo (os ‘ismos’ nunca são bons…). A não fundamentação da crítica leva, entre outras coisas, a uma progressiva perda de credibilidade. E existem, na vida académica, na escola, na vida política, pessoas a quem descontamos demais porque, precisamente, nos foram habituando a posições críticas sistematicamente não fundamentadas (muitas vezes associadas a um pessimismo doentio, nomeadamente em relação à educação…).

JP in Sem categoria 14 Outubro, 2023

servir ou servir-me…

Uma simples nuance semântica no lema ‘poder para servir’, em simples acrescento de duas letras, dá conta do avesso da virtude: ‘poder para servir-me’…

JP in Frases 12 Outubro, 2023

recebo cada acontecimento como um hóspede em minha casa…

Rumi, mestre espiritual islâmico da era mediaval (Sufi), escreveu um pensamento poético que parece muito atual e ilustrador da universalidade do primado da aceitação como via de liberdade. Diz ele: “cada acontecimento, seja ele qual for, é um hóspede de minha casa”.

JP in Sem categoria 10 Outubro, 2023

mostrai-nos, Senhor, o Vosso rosto

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 79

“Mostrai-nos, Senhor, o Vosso rosto”, cantamos no refrão do Salmo. Conhecer o rosto de alguém é condição para uma relação, para uma entrega, para um compromisso de amor. O rosto de Deus é, para nós cristãos, o rosto de Jesus. A imagem de Jesus que nos é transportada pela História, pela tradição, pela arte, ou até pelos filmes que recriam a Sua vida pode não corresponder fielmente à realidade. Há traços, contudo, que convém ter presentes: o rosto da misericórdia, o rosto da tolerância, o rosto da paz, o rosto do incentivo para recomeçar, o rosto do abraço. O rosto que não impede o atrito na liberdade mas é promessa de companhia. Estes traços do rosto do nosso Deus deverão ser observados por nós e evitar visões faciais que Deus não tem, como a do medo, a da imposição ou a da austeridade inconsequente. Há ainda uma hermenêutica que nos pode inspirar: Deus vê também o nosso rosto com singularidade, amor e ‘salvação’…

NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.

DOMINGO XXVII DO TEMPO COMUM



L 1 Is 5, 1-7; Sl 79 (80), 9 e 12. 13-14. 15-16. 19-20
L 2 Flp 4, 6-9
Ev Mt 21, 33-43

JP in Sem categoria 8 Outubro, 2023

crer para conhecer…

Passa despercebido a muitos praticantes da ciência, mas, também nesta arte, a crença precede o saber. Há uma rede fiduciária, nas palavras de Michael Polanyi, sem a qual é impossível conhecer…

JP in Sem categoria 6 Outubro, 2023

assistência do Espírito Santo…

Fico sempre meio incomodado, como católico romano, quando se diz que o Espírito Santo assiste a eleição do Papa. Entre outras coisas, recordo-me de certos papas ao longo da história e associo um espírito santo meio adormecido… A questão não é simples, mas engendrei um caminho razoavelmente libertador: o Espírito Santo assiste a escolha de um Papa porque o Espírito Santo sopra por todo o lado, como Lhe é próprio… na realidade, o Espírito Santo está sempre a assistir…

JP in Sem categoria 4 Outubro, 2023

acidentes…

As circunstâncias são só o ‘acidente-dádiva’ onde o amor mais profundo, pré-existente e além do suporte, se pode realizar…

JP in Sem categoria 2 Outubro, 2023

Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 21, 2832

Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi

Há muitos de nós, há partes de nós (…), que dizem que fazem e não fazem. Outras vezes, pelo contrário, dizemos que não fazemos e fazemos… As palavras do Evangelho, em formato parabólico, valorizam mais o fazer do que o anúncio, mais o gesto do que a palavra, mais a ação do que a intenção. De outra forma, podemos ainda apontar para evitar as justificações palavreadas, substituindo-as por um agir silencioso e coerente. Esta valorização da ação remete-nos pois, também, para o valor da contenção verbal, para o concurso de mais silêncio consolador…  O amor, neste cenário, nunca é abstracto… é concreto!

NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.

DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM



L 1 Ez 18, 25-28; Sl 24 (25), 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Flp 2, 1-11 ou Flp 2, 1-5
Ev Mt 21, 28-32

JP in Sem categoria 30 Setembro, 2023

simplicidade e simplismo…

O simples a que se referem os Evangelhos (das crianças e não dos sábios…) não é o ignorante nem o irracional… Por isto, sem resolver a fé, dá jeito uma pitada de teologia…

JP in Sem categoria 28 Setembro, 2023