crucialidade da pergunta
A pergunta é vital, em particular nas relações humanas, na filosofia e na ciência. Em certo sentido, morremos em formato de pergunta… como Cristo…
A pergunta é vital, em particular nas relações humanas, na filosofia e na ciência. Em certo sentido, morremos em formato de pergunta… como Cristo…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 5, 1-11
«Deixaram tudo e seguiram Jesus»
Os cristãos, em última análise, são frágeis seguidores de Jesus, o Cristo. O relato de Lucas fala-nos de pesca, de abundância, de deixar tudo e seguir Jesus. A pesca corria mal mas a presença de Jesus trazia abundância. Fascinados com essa plenitude resultante da amizade com Jesus, os discípulos mudaram a orientação da sua pesca, deixaram tudo e tornaram-se “pescadores de homens”. Os critérios de Cristo convidam-nos a uma recentralidade humanista: são os outros homens e mulheres que nos importam. Os cristão podem provocantemente perguntar-se: Que pesca fazemos? Como “convocamos” Jesus para nos acompanhar naquilo que nos importa? Como sentimos a abundância da Sua presença? Que mudanças somos capazes de fazer para O seguir, “pescando” de outra forma?…
Embora consciente da determinante centralidade do aluno no processo educativo, bem como da crucialidade de todo o contexto que o envolve, assume ainda e sempre primordial importância a função do professor. Com mais ou menos inovação estética/didática/curricular/tecnológica, é relevante o palco principal em que os docentes atuam, que se chama sala de aula: um verdadeiro templo…
Graças a Deus (aconteça o que acontecer)! Em rigor, com uma fé sólida, não se prescinde do parêntesis, que é, a bem dizer, o fulcro da própria fé.
Cem mil milhões, como escala de grandeza, é um número simbólico no Universo: há (cerca de…) cem mil milhões de galáxias, cada uma com (cerca de) cem mil milhões de estrelas. Há (cerca de) cem mil milhões de neurónios num cérebro humano. Há (cerca de) cem mil milhões de conformações possíveis (orientações relativas dos átomos) em muitas proteínas…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se 1 Cor 12, 31
«Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade»
As “trilogias” no cristianismo são muito frequentes (desde logo a centralidade no Pai, no Filho e no Espírito Santo…). Fixemo-nos nesta tão conhecida do apóstolo Paulo, “fé, esperança e caridade”. Para melhor ajuste linguista contemporâneo, podemos “traduzir” caridade por amor, e tomar esta tríade como verdadeira lupa de avaliação crítica e modo de ação. A pergunta crucial: nas minhas relações, cresce a fé, a esperança e o amor? na minha família, cresce a fé, a esperança e o amor? na minha vida, cresce a fé a esperança e o amor?… sabemos, sentimos e experimentamos, que muitas vezes, nos falta fé e esperança. Mas o ‘maior de tudo’, sempre possível de ensaiar, é o amor…
No seu mistério amoroso, permito-me imaginar que o nosso Deus, que não quis ser marioneteiro, arriscou tecer – está a tecer – em fios de acaso e necessidade.
O astrónomo Jesuita George Coyne, disse a este propósito: “Dois átomos de hidrogénio encontram-se no início do universo. Por necessidade (leis da combinação química), eles estão destinados a tornarem-se uma molécula de hidrogénio. Mas por acaso, as condições de temperatura e pressão naquele momento não são as que permitem a combinação. Os dois átomos movem-se no universo até que finalmente se combinam. E há triliões e triliões destes átomos no mesmo processo. Pela interacção de acaso e necessidade forma-se muitas moléculas de hidrogénio as quais, finalmente, se combinam com moléculas de oxigénio tornando assim possível a água, e assim por diante, até chegarmos a moléculas muito complexas e, finalmente, aos organismos mais complexos que a ciência conhece: o cérebro humano”.
Tudo passa e tudo é quase vaidade. Fica apenas o que foi marcado pelas pontes de relações autênticas… e isso dá um aroma quase eterno à existência!
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se 1 Cor 12, 12-14.27
«Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo»
A carta de Paulo aos Coríntios pode ajudar-nos a valorizar os nossos sentidos de pertença, seja a uma Igreja, seja a uma família, seja a uma outra organização. Há um primeiro sentido de convite à universalidade e abertura a todos (judeus e gregos, poderiam ter hoje outros nomes, como “betinhos” e “rurais”, por exemplo). A procura da unidade (um só corpo) na diversidade, convém tomar consciência, tem um preço e um custo. Mas tal procura de sentido de corpo (e um só corpo!) pode ser um novo sentido também pessoal e existencial. Ser sozinho, sem corpo e sem pertença, pode ser quase não ser…
Muita tinta correu e vai correr sobre o problema do mal. Pouco futuro para as teses catastrofistas e castigantes do mal. Partamos da sua evidência. Não há vida humana, tal qual se nos apresenta na realidade, sem atrito de liberdades, sem sofrimento e sem morte. A inevitabilidade do mal não é, portanto, um subterfúgio teológico mas uma necessidade ontológica (…de partida).