ver ou não ver…
Em certas discussões, incluindo comigo mesmo, reconheço limitações ao diálogo na máxima de Pascal: “há luz bastante para os que querem ver e treva suficiente para os que não querem ver”…
Em certas discussões, incluindo comigo mesmo, reconheço limitações ao diálogo na máxima de Pascal: “há luz bastante para os que querem ver e treva suficiente para os que não querem ver”…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 17, 5-10
“Fizemos o que devíamos fazer…”
Colocarmo-nos como “servos inúteis” pode parecer um tanto radical e até violento. Talvez até ‘desauto-estimante’…O significado destas palavras, porém, é de crucial importância na vida espiritual. Se não tivéssemos consciência de que tudo é graça, se não devolvêssemos a Deus os frutos do nosso amor, estaríamos, tão só, cheios de nós próprios. Não seríamos nem servos … nem úteis!…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L1: Hab 1, 2-3; 2, 2-4; Sal 94 (95), 1-2. 6-7. 8-9
L2: 2 Tim 1, 6-8. 13-14
Ev: Lc 17, 5-10
Não há pão de comunhão sem pão de alimentação… (e fartei-me de rimar…)
Às vezes falamos (ou gritamos?) como se não tivessemos noção dos limites da nossa voz. Onde terminará? Será sempre limitada? Inspiram-me os místicos em duas frentes sobre o sentido da voz: 1) convergir para que a nossa voz seja uma melodia da transcendência amorosa (já não a minha voz, apenas); 2) dar voz à grande força do silêncio…
Um bom feedback deve atender à necessidade de quem o recebe e não ao capricho de quem o emite e, portanto, centra-se no recetor (tantas vezes estamos desatentos a este princípio quando procuramos brilhar nos nossos comentários…).
Olhando para uma árvore gigante, com a copa recortada perguntei-me: quem podou aquela beleza? Trabalhei duas respostas, dois caminhos. Uma das vias dizia-me, e bem: “o evolucionismo podou, na racional compreensão da luta pelo Sol, rumo à fotossíntese eficaz”. Outra via me dizia, com menos palavras, mas mais espanto: “foi a beleza, a gratuita beleza a podou.” Este esmagamento estético, embrulhado em mistério, confortou-me o andamento. A imponência do belo ganhou.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 16, 19–31
«havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias»
O confronto do homem rico (de quem não sabemos o nome, porque seremos todos nós, possuidores das nossas riquezas…) com Lázaro (o pobre com feridas por cuidar) é central no desafio cristão. O problema do homem rico não era vestir púrpura e linho fino. O seu problema, era que Lázaro estava no seu horizonte e ele não o olhava. A riqueza de saúde, dons e bens torna-se infernal se nos auto-centra e se nos enche de insaciedade. Há “lázaros” para estarmos atentos, aproximarmos e cuidarmos. Seremos sempre medíocres na atenção aos mais pobres, seja qual for a sua pobreza. Mas é precisamente aí, na chaga do que falta, que as nossas mãos ganham sentido e que a riqueza se pode converter em doação.
NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog
L1: Am 6, 1a. 4-7; Sal 145 (146), 7. 8. 9. 10
L2: 1 Tim 6, 11-16
Ev: Lc 16, 19-31
O perigo do dogma é perder o sentido de totalidade: desequilibrar do lado teológico-material para o lado jurídico-formal…
Um envelope saído da Igreja com uma qualquer missiva, só poderia ser expedido com um selo muito especial: o selo do amor.
A síntese que importa:
o tempo,
o espaço
… e as coisas
tudo em caldo
de uma essência amorosa
que espreita entrelaçada
em aquilo que é.