aberturas…

Poderíamos sintetizar o desejo da fé nesta formulação: abrir-me a qualquer coisa mais… que me dá abertura…

JP in Sem categoria 28 Fevereiro, 2025

pequenas fé e caridade


A caridade (que é o amor ao próximo) tem com a fé uma grande cumplicidade: ambas são pequenas… intrinsecamente pequenas…

JP in Sem categoria 26 Fevereiro, 2025

o fariseu que há em mim

As inspirações bíblicas mais críticas sobre os fariseus e outros grupos fechados, revestidos da hipocrisia e da exterioridade, são para todos, são para mim. Apesar das crises eclesiais (e a que vivemos é muito aguda), uma das coisas que me faz permanecer é, não só mas também, o reconhecimento de que eu mesmo, crente em trânsito, sou um procurante de coerência e inteireza. O nosso esculpir interior, feito de oração, comunidade, trabalho e caminho, é ir deixando de ter máscaras, aproximando-nos da verdade que somos. Tudo na primeira pessoal do plural…

JP in Sem categoria 24 Fevereiro, 2025

sempre um lugar no coração…

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 6, 27-38

«amai os vossos inimigos»

Poucos duvidam que a leitura da passagem de Lucas 6, congrega a mais difícil (mas também a mais original) “empreitada cristã”: a centralidade do perdão, que é (hiper)doar, pode também ver-se neste prisma de amar os inimigos. Neste texto há um conjunto de frases quasi-sinónimas, que, apesar de radicais e quase contra-natura, podem ser inspiradoras:  “fazei bem aos que vos odeiam”, “abençoai os que vos amaldiçoam”, “orai por aqueles que vos injuriam”, “a quem te bater com uma face, apresenta-lhe a outra”, “a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica”, “ao que te levar o que é teu, não reclames”… Falam por si… Não devendo cair em “alimentação de monstros” nem em submissões indignas, poderão ser caminho de liberdade. Podemos até ter que nos afatar de algumas pessoas, por limitação, por segurança, por prudência, por sanidade. Mas, em reduto cristão, libertará deixar sempre um lugar no coração…



NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO VII DO TEMPO COMUM

L1: 1 Sam 26, 2. 7-9.12-13.22-23;Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10. 12-13
L2: 1 Cor 15, 45-49
Ev: Lc 6, 27-38

JP in Sem categoria 22 Fevereiro, 2025

ritual e novidade

O ritual e, nele, a repetição vivida como novidade, oferecem-nos em potência uma chave de luz: a sacralidade do ordinário. Ao mesmo tempo, o ritual precisa da nossa participação e abertura, para receber como novo o que se repete. O ritual só é sagrado se o triangularmos com as nossas mãos abertas e curiosas…

JP in Espiritualidade Frases 20 Fevereiro, 2025

teologia e Deus

A teologia não faz a fé: pode ajudar mas não tem que ajudar. A boa teologia navega histórico-criticamente na frente metafórica e literária da Bíblia. O dinamismo e a subjetividade (no sentido positivo do termo) do texto bíblico, assim entendido, retira espaço a algumas abordagens cristãs (que andam por ai, dentro de nós e na nossa boca) e que apontam para o mágico, para o espírito a cair do céu aos trambolhões, para um Deus ‘fácil’ e excessivamente explicitado… que talvez não exista…

JP in Sem categoria 18 Fevereiro, 2025

além da morte

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se 1 Cor 15, 12.16-20

«Se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa fé»

A frase de Paulo aos coríntios é bem conhecida dos cristãos e mote de muitas pregações e escritos espirituais. Propõe-se uma ligeira mudança no sujeito da frase “se eu não ressuscito é estéril a minha fé”. Esta frase, traduzida em vida, significa um claro respeito pelas minhas lágrimas, pelas minhas tristezas e pelas minhas “mortes”, mas um olhar sobre o horizonte, mais do que para os próprios pés cansados. Ressuscitar é recomeçar! E este respirar é tanto um alento existencial, como, principalmente, um mote para cada desafio de cada minuto, de cada espaço da nossa vida.

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO VI DO TEMPO COMUM

L1: Jer 17, 5-8; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
L2: 1 Cor 15, 12. 16-20
Ev: Lc 6, 17. 20-26

JP in Sem categoria 16 Fevereiro, 2025

amar é largar as coisas

Não é só ‘amar é largar’, no plano relacional humano. Também com as coisas, os bens, há que largar antes de eventualmente ter com qualidade desapegada…

JP in Sem categoria 14 Fevereiro, 2025

aprender a calar

Parece que foi Cícero que disse: leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a fazer silêncio… boa malha para quem, como eu, tem como traço autocrítico o abuso do linguajar…

JP in Sem categoria 12 Fevereiro, 2025

aderir…

Os seres humanos vivem numa complexa rede de relações interpessoais, no interior da qual se estabelecem relações de confiança, que nos levam a acreditar em muitas coisas que não são demonstráveis nem filosófica nem cientificamente. O cristianismo surgiu precisamente de uma teia de relações que se estabeleceu entre os primeiros cristãos, com base nos profetas do Antigo Testamento e em experiências dos contemporâneos de Jesus. Os cristãos acedem a Deus com base na experiência de encontro com Cristo ressuscitado feita pelos primeiros cristãos, experiência que fundamenta toda a tradição cristã e que se prolonga, nos nossos dias, na celebração comunitária da fé e na vida de oração pessoal, com as exigências práticas que daí derivam. A este lastro de sustentação racional da fé cristã há que somar outra condição crística: a alegria de aderir e o sentido de liberdade que se pode viver no processo da existência.

JP in Sem categoria 10 Fevereiro, 2025