revelação participada

A revelação precisa do homem como o pão sem boca não seria alimento. Há uma apropriação dialética da comunidade face à revelação, onde dançam a interioridade e a tentativa de explicitação.

JP in Sem categoria 18 Abril, 2024

ciência e sonhos…

A responsabilidade começa no sonho- É dilema da ciência e é um dilema existencial: que sonhos alimenta a ciência? Que sonhos alimento eu?…

JP in Sem categoria 16 Abril, 2024

fundamentalismo, fanatismo e farisaísmo

Halik identifica os 3Fs da religião num tom sintético que nos ajuda na auto-crítica religiosa: Fundamentalismo (textos sagrados fora do contexto), o Fanatismo (falta de sentido de diálogo) e o Farisaísmo (prisão à letra e à lei). 

JP in Sem categoria 14 Abril, 2024

assim está escrito, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 24, 35-48

assim está escrito, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar

A frase do evangelho: “assim está escrito, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar” é curiosa e muito sintética da nossa fé. Poderíamos resumir aquilo em que acreditamos na ideia vivida de que, como Jesus, entendemos (mais ainda, acreditamos e vivemos) que todo o sofrimento que a existência acarreta não é a última palavra. Convínhamos que em alguns redutos, incluindo religiosos, esta frase aparece truncada e apenas: “Assim está escrito, que o Messias havia de sofrer…”. Ora é uma afirmação não truncável, porque a Páscoa está a acontecer. Agradeçamos e vivamos em alegria a última parte não descartável, que ilumina a primeira: “…e ressuscitar”.

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

L 1 At 3, 13-15. 17-19; Sl 4, 2. 4. 7. 9
L 2 1Jo 2, 1-5a
Ev Lc 24, 35-48

buscadores…

Apresentam mais parecenças do que julgam, os descrentes categóricos e os crentes autoconvencidos: ambos não parecem ser buscadores de Deus…

JP in Sem categoria 12 Abril, 2024

Deus e a explicabilidade do cosmos

Para os crentes, a necessidade de Deus não se justifica pela necessidade de explicar os fenómenos naturais que acontecem no universo, nem sequer de que forma e há quanto tempo o universo teve o seu início espácio-temporal. Estas questões deverão ser respondidas pela ciência sem necessidade de inserir Deus nas equações físico-matemáticas. É quando o ser humano se pergunta pelo sentido da sua existência e da de milhões de outros seres humanos, bem como pelo sentido de todo o universo, que a necessidade de Deus se manifesta. A ciência não tem nada a dizer sobre o sentido da existência humana, nem sobre o sentido do universo. Muitos não-crentes negam que a questão do sentido deva ser resolvida fora da ciência. Mas o cidadão comum entende facilmente que a ciência não responde a essa questão. E talvez a vida precise de um sentido…

JP in Sem categoria 10 Abril, 2024

«Põe a tua mão e mete-a no Meu lado»

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-31

«Põe a tua mão e mete-a no Meu lado»

Jesus “volta” para dar a Tomé os sinais de que ele precisa para acreditar. Há muitos “Tomés” em todos os crentes, enquanto carentes de sinais diante do risco que é acreditar. A fé não passa por provas do tipo científico ou outro (deixaria de ser fé) mas passa muito por sinais. Talvez a vida nos vá dando os sinais de que precisamos para acreditar e podemos perguntar-nos que sinais, “quasiconcretos”, teremos para acreditar na vitória da vida. Acresce ainda, a propósito de sinais, que eles não se bastam a si mesmos para serem revelação em movimento: precisam de nós, da nossa fé. Dito de outra forma: sem Tomé, acreditando, não haveria revelação… porque Deus propõe-se, mas não se impõe… Somos também, convém tomar consciência, sinais de uns para os outros…

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.

L 1 At 4, 32-35; Sl 117 (118), 2-4. 16ab-18. 22-24
L 2 1Jo 5, 1-6
Ev Jo 20, 19-31

JP in Sem categoria 6 Abril, 2024

ou / e…

Temos um vício dos ‘ou’ que pode ser contrariado com o tique dos ‘e’. Sobre o milagre da multiplicação dos pães, relatado nos Evangelhos:  foi Deus ou os homens que distribuíram o pão? Os dois, quanto mais não seja porque a crença com futuro contempla um Deus que, sendo transcendente, é cósmico e omnitransformante e se manifesta entre e a partir da humanidade…

JP in Sem categoria 4 Abril, 2024

construtivismo e educação

O construtivismo, enquanto matriz teórica educativa, nem sempre é ingénuo, como alguns supõem e criticam, e já tratou, ele próprio, enquanto movimento ideológico, de se moderar. Apesar de alguns excessos fundamentalistas, as perspectivas construtivistas alimentam, hoje, positivamente, a pedagogia e o ensino das ciências, em particular. É melhor falar em construtivismos, no plural, porquanto são várias (às vezes mesmo antagónicas) as perspectivas que a este propósito se vão desenhando. A ideia dos alunos poderem construir, em boa parte, o seu conhecimento é possível e desejável. Podemos associar, embora de forma não linear, alguma linha construtivista às descobertas realizadas pelos próprios discentes, em que parte do conhecimento é deixado para ser procurado pelos alunos, com as vantagens que isso acarreta… Mas sem o dogmatismo romântico de acharmos, concretamente em ciência, que todos os alunos são mini-génios capazes de decalcar o processo científico. Tudo tem de ser feito com moderação.

JP in Educação 2 Abril, 2024