Emanuel: Deus (quer estar) connosco
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 1, 18-24
«Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “A virgem ficara grávida e dará a luz um filho que se há-de chamar Emanuel»
Em vésperas de Natal, A leitura do Evangelho fala-nos do sublinhado da encarnação. Com a respetiva herança judaica (“tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta”), queremos festejar o extraordinário de um Deus que se faz Homem, cerne do cristianismo. A teologia e a dogmática da virgindade de Maria é bastante dinâmica e está sempre afetada pela tensão entre a fisicalidade e a simbolocidade dos acontecimentos. Para a vida de que cada um de nós e de todos, importará significar este Deus que quis e quer estar na humanidade de criou e cria. É coisa de tal forma ímpar e original, este querer estar connosco, que o seu nome é e será, precisamente, Emanuel (Deus connosco).
DOMINGO IV DO ADVENTO
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog
L1: Is 7, 10-14; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6
L2: Rom 1, 1-7
Ev: Mt 1, 18-24
sorrir
Sorrir será sempre boa arma… A vida de todos nós tolera algum sorriso de alma mais pobre. Mas a essência mais perene e robusta do sorriso é quando o âmago da existência também sorri.
metafísica…
Na história e na filosofia da ciência há uma espécie de pulsar tensional com a metafísica: a ciência emancipa-se com o abandono das ‘questões últimas’ e com o foco no que é explicito e mensurável. Há ciência porque ‘metemos a mão na massa’, algo livres de pressupostos metafísicos. Mas, de quando em vez, a ciência percebe-se reducionista e tenta alcançar primórdios de sua essência primeira… que devolvem a própria ciência as tangências da filosofia primordial…
dizer bem do futuro de que se precisa
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 145
Louvarei o Senhor toda a minha vida
Louvar é bem dizer e pode ser um bom respiro. Fixemo-nos na expressão final do verso do salmo, isto é: “toda a minha vida”. A sociedade (não só hoje mas desde sempre), como a própria contingência do homem, é muito virada para o provisório. A nossa felicidade, por outro lado, tem muito a ver com uma certa esperança e confiança no futuro. Sem deixar escapar o presente (antes potenciando o “já”), vale a pena viver, se a nossa vida for uma vida com futuro! Louvar o Senhor, hoje, é bom. Melhor ainda, expressão de fidelidade libertadora, é louvar o Senhor, hoje, querendo também louvá-Lo “toda a minha vida”. Ser feliz, não só pelas (tantas) coisas boas que tenho hoje, materiais e espirituais, mas, principalmente, porque a fé me dá a graça de saber que serei feliz amanhã, aconteça o que acontecer…Esta confiança no futuro alimenta uma espera saudável…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog
DOMINGO III DO ADVENTO
L1: Is 35, 1-6a. 10; Sal 145 (146), 7. 8-9a. 9bc-10
L2: Tg 5, 7-10
Ev: Mt 11, 2-11
ser pão
A grande Graça que sinto desejar pedir é esta: estar pleno e grato com o que sou e com o que tenho. Alcançar que isso mesmo me basta e, assim, estar radicalmente aberto a todo e qualquer amanhã. Até lá, até haver um só homem que, por não ter pão, não possa ter este alcance, quero correr por dar e ser pão a quem quiser, precisar e desejar receber-me.
razões de crer
A opção pelo neo-positivismo (como por qualquer outra linha filosófica) é também, em última instância, uma crença. Crer em contexto de fé não é uma atitude irracional, mas é a forma última, ou, se quisermos, o ponto de partida, de acesso ao real, na prespetiva crente.
fé e razão
A razão, embora de forma insuficiente, é uma das portas por onde nos podemos aventurar na tentativa de penetrar o mistério de Deus.
endireitar, por dentro…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 3, 1-12
«Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas»
Esta voz de João Batista que clama no deserto é, também, um símbolo de hoje. Pelo menos em dois aspetos: 1) o grito que damos ao olhar um mundo incompleto e insuficiente, carente e ainda violento e injusto; 2) o grito que podemos dar a nós mesmos, quando nos recolhemos e constatamos a nossa própria fragilidade e incompletude. Em ambos os casos, para fora e dentro de nós mesmos, é uma atenção à mudança que marca os tempos de Advento. Endireitar as veredas, começando principalmente pelo nosso interior, é o caminho a fazer, sempre sem auto-culpabilidade e pressão, antes com doçura e certeza de aceitação…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog
DOMINGO II DO ADVENTO
L1: Is 11, 1-10; Sal 71 (72), 2. 7-8. 12-13. 17
L2: Rom 15, 4-9
Ev: Mt 3, 1-12
a Espera no tempo
A forma como nos relacionamos com o tempo é de grande crucialidade nos terrenos da fé. O lastro judaico-cristão aponta para um Deus que mergulha na história por via do tempo. Mas há, se quisermos, um “tempo de Deus”, parte intrínseca do Mistério, que não coincide com o “tempos dos homens”. A pressa existencial é, neste sentido, o avesso da Espera da fé…