mendigando
Inácio era peregrino e mendigo (pedia esmola para as empreitadas de serviço). Ensaiar no quotidiano ‘mendigações’, principalmente para servir outros, pode fazer sentido. ‘Pedir… para amar’, se quisermos…
Inácio era peregrino e mendigo (pedia esmola para as empreitadas de serviço). Ensaiar no quotidiano ‘mendigações’, principalmente para servir outros, pode fazer sentido. ‘Pedir… para amar’, se quisermos…
Sim, dura e triste, a morte.
Mas, sem deixar de ser morte,
pode ter rasgo de esperança.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 121, 1-5
«Alegrei-me quando me disseram: vamos para a casa do Senhor»
O salmo 121 é frequentemente cantado na entrada das celebrações litúrgicas. Nada melhor, quando nos preparamos para a festa no templo de Deus, do que enfatizarmos a alegria que sentimos por esse facto. Um primeiro desafio de confronto com este salmo, para os católicos romanos, seria perguntarmo-nos se as nossas celebrações são e espelham tal alegria… Mas a dimensão da eucaristia, como sabemos, ultrapassa a componente celebrativa. Há que viver a missa “fora da missa”, quando nos oferecemos para ser alimento de amor para os outros. Assim, alegramo-nos quando entramos noutras casas do Senhor: na nossa casa, na casa da vizinha, na casa do café, na casa da escola, na casa dos amigos, na casa do estádio de futebol, na casa do hospital e até, pela graça de Deus, na casa do cemitério… Esta é a ‘missa de todos os dias’ que desejamos.
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog.
L1: 2 Sam 5, 1-3; Sal 121 (122), 1-2. 3-4a. 4b-5
L2: Col 1, 12-20
Ev: Lc 23, 35-43
A tradição, por vezes, é tentada a valorizar-se na sua forma mais traiçoeira, com irónica autodestruição: como defesa. Pelo contrário, a tradição só continua boa tradição se for prudente, mas aberta e não defensiva.
No dinamismo religioso, o Advento arrasta por vezes uma ironia: excesso de textos e propostas que contradizem a paz precisa. Pode ser mais e melhor treino de Espera saborear e aprofundar o pouco do que perder-se no muito…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 21, 5-19
“Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa”
O Evangelho de Lucas que escutamos contém certas recomendações, quotidianas e escatológicas. Na sua pior interpretação, podem ser lidas como ameaças, com algum potencial de amedontramento… Há ainda um enviesamento hermenêutico que conviria evitar: a ideia de um Deus mágico que resolve e ‘cobre’ o que fizermos e o que não fizermos. Pelo contrário, o traço da proposta Cristã é o de contar com a humanidade, livremente mandatada, para a construção do sonho de Deus. Na fé, podemos contar com a confiança de um Deus presente e, por isso, não sermos defensivos na nossa ação e na nossa existência. Para alguns de nós, enquanto Igreja, podemos ter neste texto um espelho crítico sobre as estratégias excessivamente identitárias e defensivas. As trincheiras, a bem dizer, não são a nossa guerra… A defesa a empreender, é a defesa de nós mesmos e, muito especificamente, a defesa em relação ao gesto menos aberto que podemos ter: fechar-nos!
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog.
L1: Mal 3, 19-20a; Sal 97 (98), 5-6. 7-8. 9
L2: 2 Tes 3, 7-12
Ev: Lc 21, 5-19
O dogma, bem-dito, bem redito, bem vivido e bem reformado, torna-se sinal de unidade no seio da polifonia de um caminho comum.
No Salmo que insiste que ‘O Senhor é Bom Pastor’, descanso. Não sem algumas perturbações: 1) às vezes sou pouco sensitivo deste colo … mas saboreio a liberdade como dom; 2) às vezes acho que algo me falta … mas saboreio o convite a saber saborear até a falta; 3) impressiono-me com o escândalo deste salmo diante de quem tem efetiva fome e dor aguda … mas entendo-me como ‘mandatado pelo Senhor’ para ser eu mesmo uma parte do pastoreio amoroso de Deus.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 2, 13-22
Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo
Em dia de celebração de templo católico, confrontamo-nos com uma experiência um tanto dramática e radical de Jesus: expulsar (com violência, porque não dizê-lo) os vendilhões do templo. É das passagens evangélicas que mais deveria provocar os cristãos católicos, no sentido de questionar profundamente como se vê, gere e vive o templo, quer o templo físico, quer o templo pessoal que somos nós mesmos. O devir destes lugares é a essencialidade, a profundidade agradecida. O equívoco, por outro lado, é o poder, o ter, o manipular. É o negócio. E como importa sacudir, ainda, no mundo religioso, tudo aquilo que não é essencial…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog.
Dedicação da Basílica de Latrão – FESTA
L 1 Ez 47, 1-2. 8-9. 12; Sl 45, 2-3. 5-6. 8-9
L 2 1Cor 3, 9c-11. 16-17
Ev Jo 2, 13-22
A realidade no seu todo, sejamos honestos, não pode ser cabalmente compreendida (isto é, não pode apreender-se ou captar-se completamente). Mas pode ser, cada vez mais, entendida (isto é, pode tender-se progressivamente para a compreensão). Trata-se, por isso, de uma opção que segue o grande filão do pensamento cristão, que ficou expresso na fórmula: creio para entender e entendo para crer.