a paz esteja convosco

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-23

«a paz esteja convosco»

 Em tempo de Pentecostes os cristãos celebram o Espírito Santo. É a transcendência amorosa que sopra no tempo e no espaço. Seria (quaisi) panteísta identificar o Espírito Santo com a realidade, mas, por outro lado, vemos muitas vezes entendimentos etéreos de desproporção mística e (auto) engano, que fomentam uma esquizofrenia entre o corpo e o espírito, entre o transcendente e o imanente. Ora o que liberta e confere a Paz que Jesus quer dar é a integração amorosa das coisas e das essências, do Espírito que flui e que se torna vida real e concreta em nós.

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

DOMINGO DE PENTECOSTES


L 1 At 2, 1-11; Sl 103 (104), 1ab e 24ac. 29bc-30. 31 e 34
L 2 1Cor 12, 3b-7. 12-13 ou (própria do Ano B): Gl 5, 16-25
Ev Jo 20, 19-23 ou (própria do Ano B): Jo 15, 26-27; 16, 12-15

JP in Sem categoria 18 Maio, 2024

Maria Curie e radioatividade

Maria Sklodowska foi uma polaca muito importante. Casou com Pierre Curie e tomou-lhe o nome e sinergias técnico-científicas que a tornaram numa das mais importantes mulheres da história. Em particular, é dela o conceito, a explicação e o termo radioatividade, resultante da emissão de materiais como o urânio. Não é “só” ter sido a única galardoada com os prémios Nobel da Física e da Química. É precisamente ter realizado esse feito original… sendo mulher, em finais do século XIX e inícios do século XX. Marie Curie morre de anemia, muito provavelmente por excesso de exposição às radiações com que trabalhou. Isto é dar a vida na ciência…

JP in Sem categoria 16 Maio, 2024

expulsarão os demónios em meu nome

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mc 16, 15-20

expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados

Se há trecho que carece de uma boa hermenêutica, para colher nos dias de hoje, é este do Evangelho de João. Temos hoje uma cultura, também científica, mas igualmente psicológica e cristológica, que nos convida a um olhar mais profundo dos ‘milagres que acompanharão os que acreditarem’. A superficialidade da missiva está na sua literalidade. Ouso uma exegese pessoal e telegráfica: unirão em vez de fragmentar, amortecerão a toxicidade da vida, saberão crescer com o mau uso da liberdade e tocarão com os seus gestos as feridas que magoam.

DOMINGO VII DA PÁSCOA

ASCENSÃO DO SENHOR – SOLENIDADE

L 1 At 1, 1-11; Sl 46 (47), 2-3. 6-7. 8-9
L 2 Ef 1, 17-23 ou Ef 4, 1-13
Ev Mc 16, 15-20

JP in Sem categoria 12 Maio, 2024

criacionaismos…

O criacionismo, no sentido religioso, supõe a existência de uma entidade inteligente para explicar a origem do Universo e da vida. O criacionismo fundamenta-se em supostas evidências de que houve planeamento no surgimento das espécies, do planeta e do universo. Essa posição aponta para a existência de um ser criador sem o identificar. O criacionismo religioso afirma quem é o criador. Actualmente, o termo criacionismo refere-se a correntes de um certo fundamentalismo religioso, que usam os textos sagrados para inferências sobre a criação do universo, em contradição com os dados científicos existentes. Prefiro dizer, por isso, como crente, que sou um evolucionista, embalado pela ciência e pelas suas conquistas, provisórias que sejam. Só que ser evolucionista não nega a existência de um criador. É um criador que cria evolutivamente…

JP in Sem categoria 10 Maio, 2024

Ser…

O recorte bíblico sobre Deus “Eu Sou aquele que Sou”, é um embrião tosco do seguinte filão ontológico: “Deus é o Ser que possibilita o ser a todos os entes”.

JP in Sem categoria 8 Maio, 2024

meios e fins…

Os meios não são fins, mas é difícil, senão impossível, caminhar em direção a finalidades sem meios… São exemplo de meios a disciplina, os rituais, o direito, o dinheiro, etc. Percebemos bem a fulcralidade destes meios se ensaiarmos viver ou imaginar o progresso sem eles. Entenderemos também o equívoco de fazer dos meios, fins, se observarmos as caricaturas que se desenham quando estes mesmos meios se tornam fins: algumas instituições e pessoas (alguns lados de nós?…) encarnamos esta desfocagem quando colocamos a disciplina, o ritual ou a lei como se fossem a meta. Não são! São balizas para o caminho essencial…

JP in Sem categoria 6 Maio, 2024

a vossa alegria seja completa

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 15, 9-17

a vossa alegria seja completa

A alegria que Jesus nos propõe, a mesma que experimenta na confiança de um amor garantido, é a alegria completa. Todos nós já experimentámos alegrias incompletas, isto é, superficiais e provisórias. Há coisas que nos dão satisfação fazer, que nos dão contentamento, mas, passado algum tempo, nos trazem nostalgia ou mesmo vazio ou solidão, porque parecem trazer o selo de alguma superficialidade e porventura, também de autocentralidade. Estar numa festa, por exemplo, pode ser palco de dois tipos de alegria: se se cultiva certo prazer, mais ou menos excêntrico, mas autocentrado, sem preocupação com os outros, gera-se contentamento… mas depois, possivelmente, solidão. Se se goza, igualmente, se se faz festa na festa mas pensando nos outros, filtrando os gestos e palavras pela peneira do amor, talvez haja alegria…completa!

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

L 1 At 10, 25-26. 34-35. 44-48; Sl 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
L 2 1Jo 4, 7-10 ou 1Jo 4, 11-16
Ev Jo 15, 9-17 ou Jo 17, 11b-19

JP in Sem categoria 4 Maio, 2024

Emaús acontecendo…

Emaús nunca aconteceu -Emaús está a acontecer. …A ressurreição de cristo e a nossa convergem: a cronologia dá lugar à ontologia.

JP in Sem categoria 30 Abril, 2024

toda a vara que em mim não dá fruto…

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 15, 1-8

toda a vara que em mim não dá fruto…

A linguagem da videira, do fruto e da poda, tem uma coerência internainteressante e pode com grande facilidade ser antropoligizada. Sabemos que damos fruto se estivermos ligados à videira, que, na linguagem da nossa fé, é Deus-amor. A poda que é necessário fazer, nos ramos que precisamos de deitar fora, é uma constatação importante. Quando alguém nos aponta um defeito, uma atitude menos correta, um vício, temos natural tendência de “deitar as garras de fora”, de nos defendermos e até de contra-atacar. Inspirados neste Evangelho podemos ter um entendimento e um acolhimento diferentes das críticas que nos são feitas: possam ser (nem sempre são, bem entendido) instrumentos de reflexão para crescimento, para eventual poda e para dar mais fruto. Neste dinamismo de abertura à melhoria há uma verbo de fé importante: permanecer…

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

L 1 At 9, 26-31; Sl 21 (22), 26b-27. 28. 30. 31-32
L 2 1Jo 3, 18-24
Ev Jo 15, 1-8

JP in Sem categoria 28 Abril, 2024