convocatórias da vida
Há convocatórias de que ninguém se safa: trabalho, risco, dilema e dificuldade. Aceitar a chamada e responder com alegria, é uma estrada de liberdade.
Há convocatórias de que ninguém se safa: trabalho, risco, dilema e dificuldade. Aceitar a chamada e responder com alegria, é uma estrada de liberdade.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 16, 12-15
«Ele vos guiará para a verdade plena»
Temos no Evangelho de hoje uma alusão à Santíssima Trindade: ”Tudo o que o Pai tem é Meu”, diz Jesus, ao mesmo tempo que refere que o “Espírito Santo nos falará de Si próprio”, deste amor inteiro entre o Pai e o Filho. Entre outras imagens ricas do Espírito Santo, como a pomba da paz ou a água do Baptismo, temos este “qualquer coisa” que transporta um amor imenso, como o que existe entre o Pai e o Seu Filho. Se falta amor em alguma das nossas relações, ouçamos o Espírito Santo que nos convida a um coração que se doa e que recebe, como acontece entre Jesus e o Seu Pai. Convém notar que a simbologia entre Pai e filho é a possível face à indizibilidade da relação plena de Deus, mas é sempre intrinsecamente incompleta e imperfeita, já que os pais e os filhos que somos ou conhecemos, podendo amar-se, (ainda) não amam como Deus ama, com tão radical gratuitidade e risco amoroso…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
SANTÍSSIMA TRINDADE
L1: Prov 8, 22-31; Sal 8, 4-5. 6-7. 8-9
L2: Rom 5, 1-5
Ev: Jo 16, 12-15
Conheço gente cristã que mais parece viver esta frase, que não consta do Evangelho: “eu vim para que tenham regras e as tenham em abundância”.
O conceito de sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável é muito importante neste tempo. A ciência e a tecnologia, em particular, mobilizam-se para atenuar os efeitos nefastos da acção do homem. Procuram-se novas formas de energia mais limpas (com menos ou mesmo sem poluição), como a energia eólica, hídrica ou solar. São estimuladas actividades de reciclagem e reutilização. Novos materiais, mais compatíveis com a natureza, são constan- temente procurados e sintetizados. Não fosse Watt inventar a máquina a vapor e estaríamos com menos dióxido de carbono antropogénicona atmosfera… mas também sem um automóvel para nos deslocarmos ou um avião para ir ao outro lado do mundo. O desafio contemporâneo, aponta para uma conciliação do homem com a natureza, mesmo à custa de menor produtividade. Fala-se, por isso, na «ciência verde»…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-23
«a paz esteja convosco»
Em tempo de Pentecostes os cristãos celebram o Espírito Santo. É a transcendência amorosa que sopra no tempo e no espaço. Seria (quaisi) panteísta identificar o Espírito Santo com a realidade mas, por outro lado, vemos muitas vezes entendimentos etéreos de desproporção mística e (auto) engano, que fomentam uma esquizofrenia entre o corpo e o espírito, entre o transcendente e o imanente. Ora o que liberta e confere a Paz que Jesus quer dar é a integração amorosa das coisas e das essências, do Espírito que flui e que se torna vida real e concreta em nós. Neste sentido, o Espírito Santo sopra no lastro amoroso da realidade amorosa acolhida.
Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto
L 1 At 2, 1-11; Sl 103 (104), 1ab e 24ac. 29bc-30. 31 e 34
L 2 1Cor 12, 3b-7. 12-13
Ev Jo 20, 19-23
No fundo do meu ser, na mais radical humildade ou verdade de mim mesmo, só pode residir um encontro com a humanidade toda. Uma espécie de lugar para cada um e para todos, quase enamorada pela beleza humana, mais ou menos escondida, mais ou menos evidente… mas garantidamente existente. Talvez este seja o grande mergulho da fé.
Lavar a louça, no seu gesto trivial, discreto, ordinário, serviçal tem-me feito, a mim e à louça, passar de sujo a limpo, de usado a novo, de inútil ao estado de prontidão…
O professor autoritário, que está «hirto» e não sorri, que faz da sala um quartel, parece ter pouco futuro. Mas, por outro lado, o professor que se equipara de forma infantil aos seus alunos, sem distância crítica e sem bom senso, pode não passar de ser boa pessoa… O professor fascinado, entretanto, usa com peso, conta e medida a razão e os afetos e concorre com ambos para promover a aprendizagem e o crescimento integral dos seus alunos.
Quantas vezes me dei ao luxo de tomar banho sem saborear, valorizar, significar e agradecer a água que corre e me limpa?…
Julgo estar consciente das minhas limitações, mas muitas vezes me esqueço disso, com prejuízo para mim mesmo, para os outros e para o mundo. Há que treinar a abertura ao meu ser precário, há que lubrificar o convívio com a minha intrínseca insuficiência…