tempo para a atenção
A atenção requere tempo e como eu tenho a mania de não gostar de perder tempo, tenho desqualificado a minha atenção…
A atenção requere tempo e como eu tenho a mania de não gostar de perder tempo, tenho desqualificado a minha atenção…
Eu seria mais livre se o meu controlar e o meu conduzir dessem asas à entrega e à fruição…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 117 (118)
“A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular“
Jesus como pedra rejeitada… e pedra angular, é a profecia cristã entre-aberta no salmo 117. O fracasso da cruz ressuscitado pelo rasgar da desmedida misericórdia marca o centro da Páscoa cristã. Muitos ventos das mais variadas correntes psicológicas lançam o reconhecimento do trauma como um autêntico potencial de revolução pessoal. Todos nós somos tecidos de traumas marcantes, dentro da família, na escola, na sociedade. Reconhecer essas ‘mortes amorosas’ é fundamental. Uma vez reconhecidos e abraçados, amados e alavancados tais desamores, nós mesmos, pedras vivas de uma construção maior, tal qual somos, com as nossas fraturas, podemos ser não pedras (auto) rejeitadas… mas pedras angulares… como Jesus.
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
DOMINGO II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia
Não é bem Ressurreição: é ir ressuscitando…
Nada é
defenitavemtne tranquilo.
A inquietação
(forjada de dúvida)
faz-nos o favor
da turbulência.
O processo
(nunca certo)
O processo
(nunca fechado)
é o mar possível
desta intranquila e vital paz.
Há matérias científicas a saber que não têm aplicabilidade prática imediata nem relação com a tecnologia, a sociedade ou o ambiente e são verdadeiramente importantes. Na matemática há exemplos bem óbvios, mas também se encontram na química. Na investigação em química-física, por exemplo, avança-se na determinação experimental de parâmetros termodinâmicos e muitos desses valores não são usados por qualquer indústria farmacêutica ou de materiais, mas são resultado de ciência genuína. O saber em geral e a ciência, em particular, devem cuidar de si para não caírem num qualquer utilitarismo preocupante…
Na (tentativa de…) oração a partir da leitura bíblica, há um implícito e eterno convite a “meter-se na cena”. Significa que o leitor vira ator na sua imaginação orante. Poder-se-ia expressar assim, por exemplo: “certo dia Jesus seguia para Emaús e dele se abeiraram três pessoas (dois mais eu, que leio…)”.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 22, 14-23, 56
«Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa»
Em domingo de Ramos, os cristãos recordam o trajeto final da vida de Jesus, que antecede o fulcro da Sua entrega radical. O início do texto longo que hoje se medita nas celebrações poderia marcar toda a leitura da Páscoa: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa”, isto é: falo-vos, vivo e ofereço-vos, a cada um de vós, um Deus que se quer relacionar, que quer estar, que se propõe “entranhável” na vida ordinária, no ‘comer’. Um Deus “comestível”, poderíamos dizer, numa linguagem tão ousada quanto eucarística…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L1: Is 50, 4-7; Sal 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24
L2: Filip 2, 6-11
Ev: Lc 22, 14 – 23, 56
Quando surgiu então o ser humano, no processo evolutivo? Nem a ciência, nem a filosofia, nem a teologia podem determinar o momento exacto da aparição dos primeiros seres humanos. A resposta a esta questão só poderá ser dada, segundo Ratzinger, em termos relacionais, não meramente em termos da ciência biológica ou de uma metafísica substancialista: «a argila tornou-se ser humano no momento em que uma criatura, pela primeira vez, mesmo de forma muito velada, foi capaz de for- mar uma ideia de Deus. O primeiro tu que o ser humano — por mais balbuciado que fosse — dirigiu a Deus é o momento em que o espírito se levantava no mundo. Aqui foi ultrapassado o rubicão da criação humana. Não é a utilização de armas ou do fogo, nem novos métodos de barbárie que caracterizam o ser humano, mas a sua capacidade de estar frente a frente com Deus. É isto o que significa a criação especial do ser humano… Aí está também a explicação porque é impossível à paleontologia fixar o momento da criação do ser humano: a criação do ser humano é o ressurgimento do espírito, que nenhuma pá de investigador pode detectar».
O credo cristão católico romano tem, logo no seu início, um potencial ecuménico e inter-religioso, que costuma passar despercebido. “Creio em um só Deus”, levado a sério, é uma profecia radicalmente inclusiva, também religiosamente.