paciências…
A paciência tem duas dimensões: 1) comigo e 2) com os outros, com a vida, com o mundo e com Deus. A paciência comigo mesmo é uma procura que convém aceitar pois ajuda muito as restantes paciências…
A paciência tem duas dimensões: 1) comigo e 2) com os outros, com a vida, com o mundo e com Deus. A paciência comigo mesmo é uma procura que convém aceitar pois ajuda muito as restantes paciências…
Sobre outros carismas e espiritualidades, eis a colocação mais libertadora: “com outras linguagens, tendem à mesma procura!”
A frase que mata, dita a mim mesmo ou aos outros, sentida, vivida e exteriorizada é esta mesmo: “isto é meu!”. Começa aqui a desgraça…
O cristianismo não será ingénuo nem fácil. Mas não há toque cristão sem um tom esperançador e otimista: Jesus desfataliza a história…
O sociólogo francês Latouche oferece-nos a “economia de frugalidade voluntária”. É uma ideia fortíssima que poderá contribuir para salvar a cultura ocidental do voraz consumismo. Ao mesmo tempo, não se pode oferecer este propósito a quem não tem pão. Portanto, a par da nossa frugalidade escolhida, nós que já experimentamos ter e agora podemos desacelerar o consumo como expressão de liberdade, há que matar as fomes de meio mundo…
A Bíblia é um conjunto de textos ou «livros» escritos em diversas épocas. Embora se baseie na história do povo Judeu, muitos dos seus textos devem ser interpretados não literal mas metaforicamente. A Bíblia tem um carácter não apenas histórico mas também sapiencial, contendo uma sabedoria de vida mais do que um saber sobre factos. Nos nossos dias, é absolutamente claro que a Bíblia não é um texto científico, não devendo, por isso, ser lido como tal. A linguagem bíblica, muito rica e crucial para os crentes, é muitas vezes simbólica e, à semelhança de todas as expressões artísticas e literárias, alimenta-se de metáforas e parábolas das quais importa retirar a mensagem principal. Assim como o poeta Camões escreveu que «o amor é um fogo que arde sem se ver» e ninguém apaixonado imagina que dentro de si se inicia uma combustão viva e invisível, também a descrição simbólica de Adão e Eva, por exemplo, não deve merecer uma leitura literal e descontextualizada do texto bíblico…
Deus tem fé em nós e por misterioso mistério arriscou criar-nos e amar-nos como seres livres, num cosmos que pulsa também as suas liberdades…
Há um termo budista que é de si só inspirador: mudita. Significa encontrar a própria alegria na alegria dos outros. Bela agenda…
Há um conflito geracional intrínseco, cuja constatação nos devia impedir, à priori, de sermos pessimistas faces à juventude. Uma expressão interessantíssima, que delicia os velhos do Restelo, nos elucida: «A nossa juventude ama o luxo, é mal-educada, zomba da autoridade e não tem nenhuma espécie de respeito pelos mais velhos. As crianças de hoje são tiranas. Não se levantam quando um ancião entra na sala, respondem aos seus pais e são simplesmente más». A curiosidade, porém, é estas palavras terem sido proferidas pelo filósofo Sócrates, há cerca de vinte e quatro séculos…
O tempo que nos é dado, agora para teclar, imaginar e criar a saudade do futuro, é, desde logo, uma enorme Graça.