amar

Amar, posso sempre…

JP in Frases 24 Fevereiro, 2022

Espectro

Espetro

 

O espetro

é esperto

pois diz

o que é

a sua raiz.

A luz,

acertada,

dança

com matéria,

na esperança

de ir perto.

O que sai

dessa dança

é coisa

bem séria:

dançam

os átomos,

com a radiação,

o espetro

te dá

a informação.

Transporta

consigo

o que é,

donde vem,

e dados

escondidos

que vão

mais além.

O teu espetro,

óh humano,

o outro

é que sente,

não é improviso.

Sincero, a metro

teu espetro

de gente

será

um sorriso…

in Paiva, J. C., Quase poesia quase química (2012) (e-book). Lisboa, Sociedade Portuguesa de Química.

acessível aqui (porventura enriquecido com uma ilustração)

 

JP in Ciência Poemas Química 22 Fevereiro, 2022

amai os vossos inimigos

DOMINGO VII DO TEMPO COMUM

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 6, 27-38

«amai os vossos inimigos»

Poucos duvidam que a leitura da passagem de Lucas 6, congrega a mais difícil (mas também a mais original) “empreitada cristã”: a centralidade do perdão, que é (hiper)doar, pode também ver-se neste prisma de amar os inimigos. Neste texto há um conjunto de frases quasi-sinónimas, que, apesar de radicais e quase contra-natura, podem ser inspiradoras:  “fazei bem aos que vos odeiam”, “abençoai os que vos amaldiçoam”, “orai por aqueles que vos injuriam”, “a quem te bater com uma face, apresenta-lhe a outra”, “a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica”, “ao que te levar o que é teu, não reclames”… Falam por si… Não devendo cair em “alimentação de monstros” nem em submissões indignas, poderão ser caminho de liberdade.



NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO VII DO TEMPO COMUM

L1: 1 Sam 26, 2. 7-9.12-13.22-23;Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10. 12-13
L2: 1 Cor 15, 45-49
Ev: Lc 6, 27-38

JP in Sem categoria 20 Fevereiro, 2022

alumínio: ninguém o viu…

Há um (quase) mistério com o alumínio. Usa-se em janelas e outros materiais, precisamente para evitar a corrosão. No entanto, é dos materiais que oxida mais facilmente e, por isso, entra em imediata e extensa corrosão. Onde está a nuance? É que, precisamente por oxidar facilmente, qualquer pedaço de alumínio cria uma película de óxido de alumínio. Este óxido, ao contrário de outros, é impermeável ao oxigénio e protege a efetiva corrosão sucessiva. Isto é, quando estamos a olhar para alumínio, estamos a ver, de facto, uma peça metálica revestida por uma película de óxido de alumínio, transparente e impermeável ao que permite a corrosão. Em rigor, nunca de nós viu alumínio metálico sem estar protegido por óxido de alumínio… e só numa câmara de vazio se conseguiria tal. “olha alumínio!”: Esquece, já estás a ver óxido de alumínio… Quase tudo o que é… já era. No alumíno, este dinamismo é “só” muitíssimo rápido…

JP in Sem categoria 16 Fevereiro, 2022

Pobreza

A pobreza espiritual é libertadora: é a abertura ao que acontece, à novidade. São as mãos vazias. É um certo ‘nada’ que acolhe como dom aquilo que o tempo e o espaço oferecem. Não é passividade, é uma pró-atividade que tenta melhorar o mundo com a riqueza da surpresa acolhida…

JP in Espiritualidade Frases 14 Fevereiro, 2022

se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa fé

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se 1 Cor 15, 12.16-20

«Se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa fé»

A frase de Paulo aos coríntios é bem conhecida dos cristãos e mote de muitas pregações e escritos espirituais. Propõe-se uma ligeira mudança no sujeito da frase “se eu não ressuscito é estéril a minha fé”. Esta frase, traduzida em vida, significa um claro respeito pelas minhas lágrimas, pelas minhas tristezas e pelas minhas “mortes”, mas um olhar sobre o horizonte, mais do que para os próprios pés cansados. Ressuscitar é recomeçar! E este respirar é tanto um alento existencial, como, principalmente, um mote para cada desafio de cada minuto, de cada espaço da nossa vida.

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO VI DO TEMPO COMUM

L1: Jer 17, 5-8; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
L2: 1 Cor 15, 12. 16-20
Ev: Lc 6, 17. 20-26

JP in Sem categoria 12 Fevereiro, 2022

Distinguir não é separar…

A conclusão, por parte de alguns não crentes, de que o aparecimento do universo dispensa qualquer dom criador de Deus parece basear-se numa quase artesanal concepção da criação. A afirmação de que Deus criou o mundo, afirmação comum ao cristianismo e a outras religiões, não pretende ser uma afirmação científica, no sentido em que esta expressão é hoje entendida. Quererá isto dizer que as explicações científicas e religiosas do mundo são radicalmente diversas, mesmo opostas? A dificuldade em responder a esta questão reside no facto de, por um lado, parecer conveniente distinguir as explicações científicas e religiosas do mundo e, por outro, parecer inconveniente criar um tal dualismo epistemológico que possa ser interpretado como um dualismo ontológico. O aforismo filosófico segundo o qual «distinguir não é separar» é a este propósito muito elucidativo. Embora seja conveniente reconhecer uma distinção entre Deus e o mundo, tal não significa que se deva afirmar igualmente uma separação entre ambos. Esta afirmação pode levar alguns a classificá-la como panteísta. Teilhard de Chardin parece ter defendido que Deus e o mundo partilham uma mesma história, e teve consciência de que poderia ser acusado de panteísmo. Cedo se demarcou de tal posição, mas isso não evitou que viesse, de facto e injustamente, a ser assim considerado.

JP in Espiritualidade Frases 10 Fevereiro, 2022

ratoeira espiritual

Há uma ratoeira espiritual em que podemos fazer por não cair: esperar pela purga total, pela limpeza total, pela perfeição, para crescer e ser o que podemos ser. O caminho é dinâmico e faz-se caminhando, com a simbiose entre a purificação e a ação…

JP in Espiritualidade Frases 8 Fevereiro, 2022

deixaram tudo e seguiram Jesus

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 5, 1-11

«Deixaram tudo e seguiram Jesus»

Os cristãos, em última análise, são frágeis seguidores de Jesus, o Cristo. O relato de Lucas fala-nos de pesca, de abundância, de deixar tudo e seguir Jesus. A pesca corria mal mas a presença de Jesus trazia abundância. Fascinados com essa plenitude resultante da amizade com Jesus, os discípulos mudaram a orientação da sua pesca, deixaram tudo e tornaram-se “pescadores de homens”. Os critérios de Cristo convidam-nos a uma recentralidade humanista: são os outros homens e mulheres que nos importam. Os cristão podem provocantemente perguntar-se: Que pesca fazemos? Como “convocamos” Jesus para nos acompanhar naquilo que nos importa? Como sentimos a abundância da Sua presença? Que mudanças somos capazes de fazer para O seguir, “pescando” de outra forma?…

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO V DO TEMPO COMUM


L1: Is 6, 1-2a. 3-8; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 4-5. 7c-8
L2: 1 Cor 15, 1-11 ou 1 Cor 15, 3-8. 11
Ev: Lc 5, 1-11

JP in Sem categoria 6 Fevereiro, 2022