grávidos…

Na imitação de Maria, inspiração fecunda da tradição Cristã, podemos entender-nos, também nós, como sendo “grávidos” de mundo e, assim, de Deus no mundo. Ao fazermos por ser útero vazio da realidade tal qual ela é, estamos a fazer por ser a própria alegria que exulta. A (pen?)última gravidez é a da própria morte: por isso, aceitar radicalmente, como treinado na vida, assim vivendo na própria morte, é eternizante…

JP in Sem categoria 18 Maio, 2023

Pai, chegou a hora

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 17, 1-11

«Pai, chegou a hora»

A experiência de Jesus, que só parcialmente podemos compreender, é marcada por uma entrega radical, um tónus de fidelidade a uma esperança amorosa sobre a existência e a unidade de tudo o que existe. Na expressão ‘Pai, chegou a hora’, está o primado da aceitação da realidade, não sem trabalho, não sem luta, não sem custo e não sem processo, no entretanto. Era bom, por esta inspiração espiritual, que cada um de nós dissesse vivendo, a cada momento que se torna dádiva e que podemos abraçar, seja ele qual for: “chegou a hora”. Chegou a hora de acolher, de contemplar, de aceitar, de gozar, de trabalhar, de agir, de amar cada momento…

L 1 At 8, 5-8. 14-17; Sl 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a. 16 e 20
ou At 1, 12-14; Sl 26 (27), 1. 4. 7-8a
L 2 1Pd 3, 15-18
Ev Jo 14, 15-21 ou Jo 17, 1-11a

JP in Sem categoria 14 Maio, 2023

máquinas ultra-inteligentes e a pergunta ética

Ray Kurzweil define singularidade como: «um período futuro durante o qual o ritmo da mudança tecnológica será tão rápido e o seu impacto tão profundo, que a vida humana será irreversivelmente transformada. Embora não seja nem utópica nem distópica, esta época transformará os conceitos nos quais nos baseamos hoje para dar sentido às nossas vidas, desde os nossos modelos de negócios ao ciclo da vida humana, incluindo a própria morte. A compreensão da singularidade alterará a nossa perspectiva sobre o significado do nosso passado e os desenvolvimentos do nosso futuro. A sua verdadeira compreensão mudará necessariamente a nossa perspectiva da vida em geral e da vida de cada um em particular». O autor afirma-se não completamente confortável com esta ideia, mas foi levado a ela pela verificação de que o ritmo de desenvolvimento tecnológico está a acelerar exponencialmente, de tal modo que não há outra perspectiva possível: a evolução tecnológica acabará por superar e substituir a evolução biológica. O desenvolvimento exponencial das capacidades dos computadores acabará por dar origem a máquinas ultra-inteligentes que ultrapassarão a inteligência humana. Perante isto, tão fascinante quanto quase assustador, teima a pergunta ética: o que será melhor para o Homem?

JP in Sem categoria 10 Maio, 2023

esquisitos…

Somos todos esquisitos, aqui no mau sentido: cheios de manias e bloqueios, face ao que gostamos e não gostamos, queremos e não queremos, desejamos e não desejamos. O que nos pode salvar é não querermos permanecer assim…

JP in Sem categoria 8 Maio, 2023

inseguranças pedagógicas

Em tempos julguei que era mais seguro como professor do que como pai. Com os filhos mais crescidos, pensei que, afinal, me sentia mais seguro como pai do que como professor. Hoje, embora mais experiente e lúcido sobre mim mesmo, acho-me inseguro em tudo, mas mais capaz de gerar qualquer coisa a partir desta verdade insegura, do que sou e do que faço…

JP in Sem categoria 2 Maio, 2023

profecias humanizadas…

Com Jesus de Nazaré deu-se, melhor, está a dar-se, o que poderíamos chamar uma antropologização das escrituras. As profecias anunciadas (dar a vista aos cegos…) realizam-se. O Livro importa mas é na medida de Alguém que se reabre: na vida de Cristo… e na nossa vida.

JP in Sem categoria 24 Abril, 2023

não querer…

Se eu dei um sim e não consegui concretizar esse sim é possível que o sim não tivesse sido sim… que o problema estivesse estado no sim (que era não…) e não na minha preguiça ou nas minhas incapacidades…

JP in Sem categoria 20 Abril, 2023

por, com, em…

Mais do que o ânimo de fazer, torna-se pleno o “fazer por amor”, o “fazer com amor” e o “fazer em amor”.

JP in Sem categoria 18 Abril, 2023