fé…
A fé é principalmente confiança… mas abandono, também. Por isso, sustenta… mas também custa…
A fé é principalmente confiança… mas abandono, também. Por isso, sustenta… mas também custa…
Mesmo tendo no ensino uma atitude de horizonte afetivo, humanista e, em certo sentido, progressista, assumo que, em educação, prefiro um sistema mais tradicional, mas seguro e coerente, do que um sistema «prá-frentex», mas inconsistente, frágil e inseguro. No diálogo entre o «prá-frentex» e o «prá-trasex», deveria imperar um equilíbrio tensional entre o criativo, o pragmático, o sonhador e o realista.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 15, 1-32
«Ele ficou ressentido e não queria entrar»
A parábola do filho pródigo é muito rica e permite múltiplas abordagens. Esta história tem como centro a desconcertante medida do amor de Deus, sempre aberto a acolher cada um como ele é, com a sua história e o seu deslize. Mas centremo-nos na pessoa do irmão do filho pródigo. A sua reação é natural e todos nós temos um pouco da lógica deste irmão ressentido. Quantas vezes achámos injusto que aquela pessoa tão rude tivesse tantos benefícios? Quantas vezes pensámos ser injusto a saúde ou a vida fugir a “gente boa”, deixando outras pessoas “menos boas”, segundo os nossos critérios, sorrindo ao sol? Há nesta passagem do Evangelho um convite para gestos que nem sempre conseguimos mas que são portas de liberdade: alegrarmo-nos francamente com a alegria dos outros, sejam eles quem forem…
Nota: Este texto é reutilizado/adaptado a partir de um post já publicado neste blog
L1: Jos 5, 9a. 10-12; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7
L2: 2 Cor 5, 17-21
Ev: Lc 15, 1-3. 11-32
Quando consigo caminhar lento e tocar conscientemente com os pés o chão que piso, como que me permito sentir a inteireza da realidade.
No trabalho social, no amor, há sempre risco. As surpresas e as instabilidades estão lá sempre…Não há lugar a frustração, nem deceção, nem escândalo. O que mais importa, em cenário de ação social como na vida, é estar inteiro e pacificado, não esperando nenhum resultado, de mãos estendidas, não só para dar, mas, principalmente, ‘para não receber’, isto é, para receber tudo…
O cristianismo, com o seu ‘ismo’, ganhou, mas perdeu também muitas oportunidades. Talvez a ontologia de ser crístico, na sua fidelidade, mas em plena abertura, seja o devir deste tempo.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 13, 1-9
“Deixa-a ficar ainda este ano, que eu vou cavar em volta e deitar-lhe estrume. Talvez assim dê fruto”
O cerne desta passagem do Evangelho é a oportunidade. A constante e quase desconcertante oportunidade… Na dimensão espiritual é oportunidade que Deus sempre dá à humanidade e a cada um de nós. A natureza é prodigiosa em reproduzir os ciclos de vida humana… e divina. Há anos em que as árvores não dão frutos. Mas com oportunidade, paciência, trabalho e dedicação – talvez com confiança, também… – o fruto pode aparecer numa Primavera que virá. A convocatória é sempre para o treino da espera, para o treino da esperança… A Criação é contida no arrancar as figueiras que somos da oportunidade do tempo que se enraíza na Terra…
L1: Ex 3, 1-8a. 13-15; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 6-7. 8 e 11
L2: 1 Cor 10, 1-6. 10-12
Ev: Lc 13, 1-9
Um robot, em certo sentido, serve para ser instrumentalizado pelos humanos… O problema é quando nós, humanos, nos distraímos, e tratamos outros humanos como robots, subtraindo-lhes a sagrada liberdade, o seu feitio…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 9, 28b–36
«Enquanto orava, alterou-se o aspecto do Seu rosto»
A transfiguração de Jesus é algo que fascina e perturba os Seus companheiros, como nos fascina e perturba também a nós. A transfiguração simboliza uma passagem, uma ponte, uma Páscoa, entre o provisório e o definitivo, entre o humano e o divino, entre “o hoje” e “o sempre”, de alguma forma, entre a transcendência e imanência. Uma ideia que podemos levar para a vida, é o entendimento de que vivemos para, também nós, nos transfigurarmos. Pelo amor, pela forma como olhamos e vivemos, cada um de nós se vai transfigurando e vai sendo ator da transfiguração do mundo, querida e sonhada por Deus…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L1: Gen 15, 5-12. 17-18; Sal 26 (27), 1. 7-8. 9abc. 13-14
L2: Filip 3, 17 – 4, 1 ou Filip 3, 20 – 4, 1
Ev: Lc 9, 28b-36
Não me escandaliza, sob certo ângulo do olhar, ver a religião como construto de “pessoas sem colo”: da carência somos feitos…