a paz esteja convosco

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-23

«a paz esteja convosco»

Em tempo de Pentecostes os cristãos celebram o Espírito Santo. É a transcendência amorosa que sopra no tempo e no espaço. Seria (quaisi) panteísta identificar o Espírito Santo com a realidade mas, por outro lado, vemos muitas vezes entendimentos etéreos de desproporção mística e (auto) engano, que fomentam uma esquizofrenia entre o corpo e o espírito, entre o transcendente e o imanente. Ora o que liberta e confere a Paz que Jesus quer dar é a integração amorosa das coisas e das essências, do Espírito que flui e que se torna vida real e concreta em nós. Neste sentido, o Espírito Santo, sopra no lastro amoroso da realidade amorosa acolhida.

Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto

DOMINGO DE PENTECOSTES


L 1 At 2, 1-11; Sl 103 (104), 1ab e 24ac. 29bc-30. 31 e 34
L 2 1Cor 12, 3b-7. 12-13
Ev Jo 20, 19-23

JP in Sem categoria 28 Maio, 2023

novidade espiritual…

Há alguns estados de vida em que nos instalamos um pouco no já tocado. Há que evitar esse sofá espiritual porque é anti-espiritual. Tudo o que é genuinamente espiritual abre-se constantemente à novidade do crescimento…

JP in Sem categoria 26 Maio, 2023

passados…

O passado tem um potencial imóvel (não se altera) e imobilizante (pode não fazer crescer). Depende da forma como nos colocamos diante dele (passado): ou nos constitui na rica memória e nos orienta por via de processos autocríticos construtivos, ou nos destrói e distrai, por via de comparações culpabilizantes. E se o passado é imóvel não é imóvel a forma como nos colocamos diante dele. Podemos sempre mudar de perspetiva e vê-lo a ele (passado), de outro ponto de vista. O mesmo passado pode esmagar ou libertar… O passado tem que ser trabalhado e integrado, o que se faz melhor na companhia de Alguém…

JP in Sem categoria 24 Maio, 2023

Padecendo

Olhando-me, padeço.
Morrente me encontro
e sempre assim fui.
Sacudo a vaidade.
Fui mais eu, quando
(estando)
me retirei…

JP in Sem categoria 22 Maio, 2023

de e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 28, 16-20

«ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»

O espírito missionário associado aos Cristãos (intrinsecamente apóstolos, porque discípulos) tem as marcas da história, nas suas luzes e nas suas sombras. Terá havido muitos ‘batismos forçados’ (ainda haverá mais vestígios do que julgamos?…). A proposta de batizar, de convidar a mergulhar no amor, carece da própria pedagogia cristã, sempre benévola, sempre conducente à liberdade. Por outro lado, a revalorização e resignificação dos batizados recentra-nos no essencial: a condição comunitária de viventes de uma Alegria que nos leva à liberdade. Permito-me uma nuance de ‘tradução forçada assumida’, consubstanciada na expressão: “ide e batizai-vos (vós mesmos) em nome…”. Quero dizer que Deus habita já de tal forma cada criatura humana, que o que vamos fazer (incluindo os ministros que servem o sacramento) é mergulharmos nós mesmos no amor de Deus… que (já e sempre) habita cada humano…

Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto

DOMINGO VII DA PÁSCOA

ASCENSÃO DO SENHOR – SOLENIDADE

L 1 At 1, 1-11; Sl 46 (47), 2-3. 6-7. 8-9
L 2 Ef 1, 17-23
Ev Mt 28, 16-20

JP in Sem categoria 20 Maio, 2023

grávidos…

Na imitação de Maria, inspiração fecunda da tradição Cristã, podemos entender-nos, também nós, como sendo “grávidos” de mundo e, assim, de Deus no mundo. Ao fazermos por ser útero vazio da realidade tal qual ela é, estamos a fazer por ser a própria alegria que exulta. A (pen?)última gravidez é a da própria morte: por isso, aceitar radicalmente, como treinado na vida, assim vivendo na própria morte, é eternizante…

JP in Sem categoria 18 Maio, 2023

Pai, chegou a hora

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 17, 1-11

«Pai, chegou a hora»

A experiência de Jesus, que só parcialmente podemos compreender, é marcada por uma entrega radical, um tónus de fidelidade a uma esperança amorosa sobre a existência e a unidade de tudo o que existe. Na expressão ‘Pai, chegou a hora’, está o primado da aceitação da realidade, não sem trabalho, não sem luta, não sem custo e não sem processo, no entretanto. Era bom, por esta inspiração espiritual, que cada um de nós dissesse vivendo, a cada momento que se torna dádiva e que podemos abraçar, seja ele qual for: “chegou a hora”. Chegou a hora de acolher, de contemplar, de aceitar, de gozar, de trabalhar, de agir, de amar cada momento…

L 1 At 8, 5-8. 14-17; Sl 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a. 16 e 20
ou At 1, 12-14; Sl 26 (27), 1. 4. 7-8a
L 2 1Pd 3, 15-18
Ev Jo 14, 15-21 ou Jo 17, 1-11a

JP in Sem categoria 14 Maio, 2023

máquinas ultra-inteligentes e a pergunta ética

Ray Kurzweil define singularidade como: «um período futuro durante o qual o ritmo da mudança tecnológica será tão rápido e o seu impacto tão profundo, que a vida humana será irreversivelmente transformada. Embora não seja nem utópica nem distópica, esta época transformará os conceitos nos quais nos baseamos hoje para dar sentido às nossas vidas, desde os nossos modelos de negócios ao ciclo da vida humana, incluindo a própria morte. A compreensão da singularidade alterará a nossa perspectiva sobre o significado do nosso passado e os desenvolvimentos do nosso futuro. A sua verdadeira compreensão mudará necessariamente a nossa perspectiva da vida em geral e da vida de cada um em particular». O autor afirma-se não completamente confortável com esta ideia, mas foi levado a ela pela verificação de que o ritmo de desenvolvimento tecnológico está a acelerar exponencialmente, de tal modo que não há outra perspectiva possível: a evolução tecnológica acabará por superar e substituir a evolução biológica. O desenvolvimento exponencial das capacidades dos computadores acabará por dar origem a máquinas ultra-inteligentes que ultrapassarão a inteligência humana. Perante isto, tão fascinante quanto quase assustador, teima a pergunta ética: o que será melhor para o Homem?

JP in Sem categoria 10 Maio, 2023

esquisitos…

Somos todos esquisitos, aqui no mau sentido: cheios de manias e bloqueios, face ao que gostamos e não gostamos, queremos e não queremos, desejamos e não desejamos. O que nos pode salvar é não querermos permanecer assim…

JP in Sem categoria 8 Maio, 2023