abertura à crítica
O grande traço de maturidade é abrir-me à crítica como uma dádiva, sem prejuízo de poder ativar o meu “caixote do lixo de feedbacks”…
O grande traço de maturidade é abrir-me à crítica como uma dádiva, sem prejuízo de poder ativar o meu “caixote do lixo de feedbacks”…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 14, 1.7-14
30«Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»
Jesus utiliza os hábitos sociais do seu tempo para falar de humildade e de uma “lógica diferente”, que Ele veio anunciar. Não obstante a realidade social diferenciada que hoje vivemos, a tentação de tomar o primeiro lugar mantém-se no coração de cada um de nós. Sermos exaltados ou, numa perspectiva psico-afectiva, sermos reconhecidos ou valorizados, não só não é mau como é fundamental. O que é negativo, de facto, é forçar a visibilidade, “armar-se”, fazer as coisas mais pelos dividendos de eventual honra consequente do que por discretas e simples causas de serviço gratuito…
A palavra desejo tem uma etimologia muito curiosa: desiderare relaciona-se com alcançar as estrelas… Fixo-me em Galileu e no seu telescópio… O estudioso da ética deseja o bem, o teólogo deseja a razão das coisas de Deus e o artista deseja o belo. Assim, a ciência deseja compreender um tudo nada mais sobre o funcionamento da natureza…
Há um vazio intrínseco em cada um de nós… E não resistimos, tantas vezes, a enchermo-nos de provisoriedade. Perdoe-se-me a linguagem de charcutaria, mas, às vezes, somos uns enchidos…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 13, 22-30
«Esforçai-vos por entrar na porta estreita»
A “porta estreita”, bem o sabemos, não é a mais fácil de passar. Certo é que a vida nos vai mostrando que o “mais fácil” (porta larga) nem sempre anda de mãos dadas com “o melhor para nós”. Da gestão dos bens materiais, a múltiplos compromissos, à relação com os outros, passando pela saúde do nosso corpo ou pela vivência da nossa sexualidade, vamos experimentando isto mesmo. O facto da “porta ser estreita”, porém, deve ser motivo de gozo e não de drama para nós próprios. Uma fasquia alta vale pelo prazer e pelos frutos de a superar e nunca pela estéril e culpabilizadora sensação de que se não consegue ultrapassar…
A memória é importante mas pode trair-nos, precisamente quando não nos abre à novidade… Isto revela-se nos mais elementares aspetos da nossa vida, como, por exemplo, no simples ato de comer…20
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 12, 49-53
«Vim trazer a divisão»
As palavras de Jesus escritas no Evangelho de Lucas parecem um equívoco. O mesmo que diz “Eu dou-vos a minha paz” anuncia também que a sua vida-morte-ressurreição vem trazer uma divisão entre os homens. Este aspecto da proposta de Cristo deve-nos fazer pensar que a postura, afinal passiva, do tipo “está sempre tudo bem”, pode não ser a mais indicada. Por vezes, em nome do amor, importa não ser ingénuo, separar o “trigo do joio” e, nesse sentido, dividir. A liberdade dos homens abre espaço ao bom e ao mau e podemos esperar, face a muitos gestos e posturas, que algumas propostas cristãs, feitas em nome da paz, gerem a divisão dos homens.
De perfecionismo todos temos um pouco… A fórmula traidora e enganadora é esta: “menos que perfeito = muito mau”.
Há uma diferença entre idolatria e iconografia. Ambas as palavras se relacionam de imagem, mas a primeira está fechada em si própria, apoderando-se de Deus…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 12, 32-48
«Estai vós também preparados»
O Evangelho conta-nos a parábola de um Senhor que pode vir quando menos espera o seu servo (que somos cada um de nós). O estilo de preparação a que um Cristão está convidado, não é da ordem do medo do castigo infernal, do prémio ou do mérito. A preparação da vida espiritual, pessoal e comunitária é um trabalho da ordem do já, do aqui e do agora. É um processo… Há um Encontro que se pode fazer, que se pode antecipar desde já. Esse Encontro, que se vai fazendo e que só pode crescer na intensidade, é o Encontro que importa.