filosofia e pensamento
Há várias aproximações à filosofia. Umas das mais harmoniosas, no ritmo e no conteúdo, é esta: “pensar sobre o que pensamos, para nos pensarmos melhor”.
Há várias aproximações à filosofia. Umas das mais harmoniosas, no ritmo e no conteúdo, é esta: “pensar sobre o que pensamos, para nos pensarmos melhor”.
Isto não vai lá à força, estamos entendidos. Mas a tolerância à frustração é essencial para o crescimento. Questiono-me se não seria de empreender, logo no primeiro ciclo, alguns exercícios de silêncio, de superação de movimento (estar quieto…), de trabalho persistente, de concentração…
Há quem entenda que a ciência nasce na europa judaico-cristã, não por acaso. O monoteísmo cristão ajustava-se, então, aos objetivos da construção dos chamados três pilares de que a empresa científica necessitou para se edificar: o ontológico (a realidade existe), o espistemológico (é possível conhecer a realidade) e o ético (é bom conhecer a realidade).
Para aprender há que ter em conta que «não se fazem omeletas sem ovos». Não se criam textos sem conhecer as palavras, nem se é criativo matematicamente sem saber a tabuada. Aprender deve e pode ser agradável, mas sem «sangue, suor e lágrimas», sem esforço e sem alguma mecanização, não se vai muito longe…
O dinamismo da profissão de professor presta-se pouco a fechos e a sínteses, sendo mais coerente falar em portas e caminhos que se abrem. Esta é uma atividade gozosa, precisamente por ser um radical e constante livro aberto…
Maior complexidade é diferente de melhor performance ou evolução. Sem garantias de sermos melhores ontem do que hoje, pelo menos a alguns níveis, apetece invocar não a teoria da evolução mas a teoria da transformação (mais prudente…)
Por vezes os alunos erram, não por desconhecerem mas por não saberem o que as palavras querem dizer… A desmontagem etimológica de muitos termos pode ser muito útil. Compreender a raiz da palavra, de onde vem, o que significa e que pontes semânticas se podem encontrar com significados conhecidos do aluno é uma arma didática poderosa e imprescindível.
Nem o progresso espiritual nem a caminhada psicológica (mais ou menos psicoterapêutica) apostam na irradicação ingénua do que é menos bom em nós. A estrada passa mais por reconhecer e aprender a viver, francamente, com aquilo que somos. Não é teimosia nem perguiça de melhorar: é realismo existencial…
A porosidade que desejo sublinhar em mim, para ser hospitaleiro do outro, implica, precisamente, esvaziar-me de um pedaço de mim para que esse outro tenha lugar… Então, não há boa hospitalidade sem o trabalho pessoal de me olhar e de me esvaziar…
É relevante, face ao erro pessoal, promover, por ordem crescente de importância:
1- ampliar a atenção e os métodos para errar menos adiante;
2- tirar proveito no sentido de aprender a conviver melhor com o erro pessoal;
3- ampliar a compreensão e a misericórdia face aos erros dos outros;
4- reparar o erro e, principalmente, as consequências junto de outros (se for o caso, claro está, pedir perdão).
Para todo este dinamismo, convém uma confiança prévia de que, mesmo errando, somos sempre amados e amáveis…