Na
liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se
Mc
8, 27-35
tome a sua cruz e
siga-me
Jesus não convida a que se suprima a cruz mas a que
se tome a cruz. Também não parece existir aqui convite a fabricar cruzes ou a
ir buscá-las onde não estão… Basta a cruz de cada dia… A cruz, num sentido
pascal, é a realidade existente, contingente, insuficiente, incompleta, que
existe dentro e fora de nós. A cruz é um “produto” indissociável da nossa
condição de finitude. Os humanos que não têm fé têm também a sua cruz, neste
sentido do preço da finitude. O que é distintivo da fé, portanto, não é a cruz.
É a paixão e o amor com que nos rendemos a tomar a nossa cruz, que inclui as
cruzes da humanidade…