um Deus que arrisca
Teresa de Ávila tem um famoso hino sobre o arriscar de Deus em nós: Ele não tem pés, são os nossos; Ele não tem mãos, são as nossas; Ele não tem olhos, são os meus e os teus…
Teresa de Ávila tem um famoso hino sobre o arriscar de Deus em nós: Ele não tem pés, são os nossos; Ele não tem mãos, são as nossas; Ele não tem olhos, são os meus e os teus…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 21, 1-19
«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes»
Os tempos litúrgicos pós-Páscoa relatam-nos sucessivas (re)aparições de Jesus aos discípulos. Permito-me relevar (dar importância secundária…) ao dilema hermenêutico-teológico de saber se apenas os discípulos “viram e comeram com o Senhor” ou se existiu uma fisicalidade síncrona espaço-temporal dos acontecimentos relatados nos evangelhos. O mais importante para a fé, penso, é penetrar vivencialmente nestas duas dimensões: 1- Deus revela-se na abundância (de peixes); 2- Deus radica-se no mais ordinário e essencial, em ciclos de vida dinâmicos e de dádiva (comer). Se “pescássemos” e “comêssemos” com este ‘toque de ressurreição’, a vida poderia ser mais intensa…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L1: At 5, 27b-32. 40b-41; Sal 29 (30), 2 e 4. 5-6. 11-12a e 13b
L2: Ap 5, 11-14
Ev: Jo 21, 1-19 ou Jo 21, 1-14
Ser professor é aspirar a construir espaços educativos equilibrados, onde o rigor se mistura com os afetos e a exigência anda a par da compreensão. Onde as regras existam, mas se projetem na atenção personalizada, onde em certo sentido, a necessária disciplina na sala de aula não trave alguma «festa».
A atenção requere tempo e como eu tenho a mania de não gostar de perder tempo, tenho desqualificado a minha atenção…
Eu seria mais livre se o meu controlar e o meu conduzir dessem asas à entrega e à fruição…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 117 (118)
“A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular“
Jesus como pedra rejeitada… e pedra angular, é a profecia cristã entre-aberta no salmo 117. O fracasso da cruz ressuscitado pelo rasgar da desmedida misericórdia marca o centro da Páscoa cristã. Muitos ventos das mais variadas correntes psicológicas lançam o reconhecimento do trauma como um autêntico potencial de revolução pessoal. Todos nós somos tecidos de traumas marcantes, dentro da família, na escola, na sociedade. Reconhecer essas ‘mortes amorosas’ é fundamental. Uma vez reconhecidos e abraçados, amados e alavancados tais desamores, nós mesmos, pedras vivas de uma construção maior, tal qual somos, com as nossas fraturas, podemos ser não pedras (auto) rejeitadas… mas pedras angulares… como Jesus.
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
DOMINGO II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia
Não é bem Ressurreição: é ir ressuscitando…
É bonito e talvez seja Páscoa achar que nunca ninguém nos deve nada.
O pouco que se dá, a ser dado, é dado, não tem retorno.
Jesus fê-lo impecavelmente ao amar os homens até à cruz (na cruz importa sempre o amor e não a dor…) e vale a pena imitá-Lo nessa gratuitidade.
Por isso os Pais aos filhos, os filhos aos Pais, os padrinhos aos afilhados, os amigos aos amigos e Jesus aos homens, dão sem expetativa e sem esperar nada em troca, aceitando cada um como cada qual. Esta Páscoa te desejo!
O que Jesus faz na cruz, que é um pico de amor, mais ainda do que um pico de dor, é um grande sim à realidade, como ela é. É o primado da aceitação concentrado num único sonho que nos supera: o de sarar feridas com entregas!
Há matérias científicas a saber que não têm aplicabilidade prática imediata nem relação com a tecnologia, a sociedade ou o ambiente e são verdadeiramente importantes. Na matemática há exemplos bem óbvios, mas também se encontram na química. Na investigação em química-física, por exemplo, avança-se na determinação experimental de parâmetros termodinâmicos e muitos desses valores não são usados por qualquer indústria farmacêutica ou de materiais, mas são resultado de ciência genuína. O saber em geral e a ciência, em particular, devem cuidar de si para não caírem num qualquer utilitarismo preocupante…