Liberdade
Liberdade
Rubicão da liberdade
é sacudir a circunstância.
Intrincar-se na ponte
entre a soledade
(que mora dentro de mim)
e a jornada que vivo.
Uma e outra,
a essência interior
e a realidade oferecida,
são dádivas garantidas.
2018
Liberdade
Rubicão da liberdade
é sacudir a circunstância.
Intrincar-se na ponte
entre a soledade
(que mora dentro de mim)
e a jornada que vivo.
Uma e outra,
a essência interior
e a realidade oferecida,
são dádivas garantidas.
2018
Uma das teimas existenciais mais inconsequentes é sacudir os troços de deserto como uma birra. É que o deserto faz parte do trajeto, pode fazer-se com companhia e tem o seu ritmo e sabor…
PRESENTE NA FALTA
Pela falta
sinto-te presente.
Falta o teu
calor de sorrisos
a tua voz
de vida.
Falta o teu cheiro
perfume
as tuas mãos
delicadas.
Faltam os teus
lábios belos e
teus cabelos
de cor.
Por não estares
te sinto tanto,
e só não desato
em pranto,
por saber do
nosso amar.
Assim saboreio
com gosto
o que seria
desgosto
se não fosse
acreditar.
…in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
acessível aqui
O ÚLTIMO POEMA DA PAIXÃO
Desejo escrever
com uma pena leve
e tinta de raiva,
o último poema
da paixão.
Quando o tempo
é longo,
ouve-se a voz
que muda a rota
da gaivota.
Destino diferente
um porto perdido.
…in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
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GOSTO DO DESGOSTO
Não gosto
do desgosto
que provoca
quem não gosta
do que gostava antes.
Como se fosse ilusão
o gosto que se gostou
de que brotou o desgosto
do gosto da solidão.
Gosto do gosto da vida
mais que do desgosto
do gosto
por quem não está decidida
…in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
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QUEIMA DAS FITAS
Chegaram
cheios de momentos.
Mortos de cansaço.
Despejaram a vontade
no prazer do tempo.
Bufavam fraquezas
de alma vazia.
Não esperaram
por mais
qualificada gratificação.
Verteram na
cerveja
golos de solidão.
Entornados,
abraçavam
o vazio.
in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
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GRITAR SOLIDÃO
Grito daqui,
do antro
da solidão!
Grito os sonhos
perdidos,
despido
da história
que vi gravada
no tempo!
Grito saudade,
grito silêncio!
Grito baixinho.
Fixo-me
naquela esperança
que me esconde
o abismo
que não existe!
in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
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