filosofia e pensamento
Há várias aproximações à filosofia. Umas das mais harmoniosas, no ritmo e no conteúdo, é esta: “pensar sobre o que pensamos, para nos pensarmos melhor”.
Há várias aproximações à filosofia. Umas das mais harmoniosas, no ritmo e no conteúdo, é esta: “pensar sobre o que pensamos, para nos pensarmos melhor”.
Fracassar não é para todos, é um verbo a conjugar pelos que desejam crescer. Não há dúvida que é preciso subir para cair, ou que só se cai quando se sobe.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mc 6, 7-13
ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão
As palavras que Jesus dirige aos Seus companheiros, por ocasião do envio (da missão, da missa…), são de importância vital. Ele prepara os discípulos e estabelece algumas condições para o apostolado. Enquanto apóstolos de Jesus, há que meditar nestas palavras e afinar o estilo apostólico, que deve ser o de Jesus. Lembremo-nos, nomeadamente, que o caminho deve ser feito de mãos vazias, só com o bastão, prontos a acolher os outros e as suas vidas. A ideia de esvaziar a mochila e partir de mãos mais abertas é uma inspiração de vida, neste tempo em que a contingência se entrelaça com excessos securitários. Deixemos em casa o que nos pode pesar…
A diferença que os crentes religiosos deveriam fazer entre ídolo e ícone poderia inspirar novas resignificações. Centremo-nos nos milhares de imagens que existem de Nossa Senhora de Fátima: vistas e vividas como ídolos, desfocam em superstição, fezada e até desvio. Por outro lado, se inspirarem como ícone, podem animar, vivificar, simplificar a confiança e apontar para o Centro…
Quando pretendem apoderar-se do Absoluto, alguns humanos, alguns focos religiosos, estão no caminho divergente. “Porque d’Ele lhes chegou uma centelha, pensam tê-Lo esgotado…”
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 122
para vós, Senhor, levanto os meus olhos
Aquilo que nós somos e fazemos tem muito a ver com o que vemos… No sentido inverso, é também verdade que as nossas ações influenciam a forma como vemos o mundo. Muitas vezes, não vemos bem e é um gesto de amor ou um mergulho na caridade que nos abre os olhos. De manhã, quando acordamos, a luz invade as nossas pálpebras e desperta-mos para o dia. Para quem levantamos os nossos olhos? Inspirados no salmo e embalados por uma fé que experimenta o suporte de um amor que nos cria e acolhe, vamos treinando o olhar. Que seja, neste sentido, um olhar para o Senhor, para um Cristo de braços abertos que nos chama a um dia vivido, intensa e significativamente na Sua companhia.
Isto não vai lá à força, estamos entendidos. Mas a tolerância à frustração é essencial para o crescimento. Questiono-me se não seria de empreender, logo no primeiro ciclo, alguns exercícios de silêncio, de superação de movimento (estar quieto…), de trabalho persistente, de concentração…
Hidrogénio
O hidrogénio
é leve, leve.
Anda
por todo lado.
Sozinho,
melhor,
aos pares,
é bastante
utilizado.
Nesse caso,
atenção,
pois pode
dar explosão,
sendo isso
quase certo
se houver
oxigénio
por perto.
É perigoso
se provocado
(quem não é…)
como nós,
uma qualquer
ignição…
pode gerar
confusão…
in Paiva, J. C., Quase poesia quase química (2012) (e-book). Lisboa, Sociedade Portuguesa de Química.
acessível aqui (porventura enriquecido com uma ilustração)
É este espanto-milagre que salva. Definitivamente, por graça-dádiva, as grandes viagens são interiores e não dependem de geografias, meteorologias e outras acidentalidades…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mc 5, 21-43
levanta-te e anda
O “levanta-te” de Jesus, serve de inspiração para as pequenas mortes do dia-a-dia, para as pequenas ou grandes quedas da vida. Viver em harmonia com o ressuscitado é sentir o segredar da sua voz, que em cada aparente fatalidade nos sussurra: “levanta-te e anda”. Por isto se diz que os santos não são os que não caem mas os que se sabem levantar, que escutam esta palavra de Jesus e colocam os meios para a traduzir em vida recomeçante. As curas de Jesus realizam-se num quadro de fé e confiança (“se tiveres fé…” – diz Jesus ao chefe da Sinagoga). Há um carácter desdramatizador do cenário, da parte de Jesus, que nos pode ajudar, na vida como na morte. É quase uma comédia ver o amor onde ele não é óbvio mas é, para nós, o caminho. É pela fé que podemos chamar adormecimento à(s) morte(s)…