silêncio e imanência mais profunda
Entre os vários fascínios do silêncio (talvez a voz mais intensa da transcendência), há uma sensação de que a mais profunda imanência, a mais essencial semente divina, está mesmo dentro de nós.
Entre os vários fascínios do silêncio (talvez a voz mais intensa da transcendência), há uma sensação de que a mais profunda imanência, a mais essencial semente divina, está mesmo dentro de nós.
AGRESSIVO SILÊNCIO
Esbofeteaste-a
violentamente
com o teu silêncio.
Foram as não palavras
que a feriram.
Essa tua boca fechada
mordeu e arrancou a carne
do diálogo surdo.
Engoliste a chave
do teu coração.
E é essa indigestão
que mata a vossa
(não) relação!
2011
AQUELA VOZ
Sento-me
de pernas cruzadas
sem ter nada
para dizer.
Estou só
contigo.
Muitas vozes
ecoam
dentro de mim.
Distingo a Tua,
aquela voz
que me diz
que sou feliz!
n Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
acessível aqui
POETA MORTO
Criou-se
um espaço de silêncio.
Secou a veia
e morreu
a inspiração.
O poeta escondeu-se
por falta de poesia.
Sem coisas para cantar
… ele quis escrever.
… sem respirar!
in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.
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