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Apresentam mais parecenças do que julgam, os descrentes categóricos e os crentes autoconvencidos: ambos não parecem ser buscadores de Deus…
Apresentam mais parecenças do que julgam, os descrentes categóricos e os crentes autoconvencidos: ambos não parecem ser buscadores de Deus…
Para os crentes, a necessidade de Deus não se justifica pela necessidade de explicar os fenómenos naturais que acontecem no universo, nem sequer de que forma e há quanto tempo o universo teve o seu início espácio-temporal. Estas questões deverão ser respondidas pela ciência sem necessidade de inserir Deus nas equações físico-matemáticas. É quando o ser humano se pergunta pelo sentido da sua existência e da de milhões de outros seres humanos, bem como pelo sentido de todo o universo, que a necessidade de Deus se manifesta. A ciência não tem nada a dizer sobre o sentido da existência humana, nem sobre o sentido do universo. Muitos não-crentes negam que a questão do sentido deva ser resolvida fora da ciência. Mas o cidadão comum entende facilmente que a ciência não responde a essa questão. E talvez a vida precise de um sentido…
Sobre a literalidade bíblica está bem vista a seguinte ironia: a escritura toma-se ou à letra… ou a sério…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-31
«Põe a tua mão e mete-a no Meu lado»
Jesus “volta” para dar a Tomé os sinais de que ele precisa para acreditar. Há muitos “Tomés” em todos os crentes, enquanto carentes de sinais diante do risco que é acreditar. A fé não passa por provas do tipo científico ou outro (deixaria de ser fé) mas passa muito por sinais. Talvez a vida nos vá dando os sinais de que precisamos para acreditar e podemos perguntar-nos que sinais, “quasiconcretos”, teremos para acreditar na vitória da vida. Acresce ainda, a propósito de sinais, que eles não se bastam a si mesmos para serem revelação em movimento: precisam de nós, da nossa fé. Dito de outra forma: sem Tomé, acreditando, não haveria revelação… porque Deus propõe-se, mas não se impõe… Somos também, convém tomar consciência, sinais de uns para os outros…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L 1 At 4, 32-35; Sl 117 (118), 2-4. 16ab-18. 22-24
L 2 1Jo 5, 1-6
Ev Jo 20, 19-31
Temos um vício dos ‘ou’ que pode ser contrariado com o tique dos ‘e’. Sobre o milagre da multiplicação dos pães, relatado nos Evangelhos: foi Deus ou os homens que distribuíram o pão? Os dois, quanto mais não seja porque a crença com futuro contempla um Deus que, sendo transcendente, é cósmico e omnitransformante e se manifesta entre e a partir da humanidade…
O construtivismo, enquanto matriz teórica educativa, nem sempre é ingénuo, como alguns supõem e criticam, e já tratou, ele próprio, enquanto movimento ideológico, de se moderar. Apesar de alguns excessos fundamentalistas, as perspectivas construtivistas alimentam, hoje, positivamente, a pedagogia e o ensino das ciências, em particular. É melhor falar em construtivismos, no plural, porquanto são várias (às vezes mesmo antagónicas) as perspectivas que a este propósito se vão desenhando. A ideia dos alunos poderem construir, em boa parte, o seu conhecimento é possível e desejável. Podemos associar, embora de forma não linear, alguma linha construtivista às descobertas realizadas pelos próprios discentes, em que parte do conhecimento é deixado para ser procurado pelos alunos, com as vantagens que isso acarreta… Mas sem o dogmatismo romântico de acharmos, concretamente em ciência, que todos os alunos são mini-génios capazes de decalcar o processo científico. Tudo tem de ser feito com moderação.
A rendição por amor é a porta estreita-larga para viver o momento presente intensamente: ao entregar-me radicalmente à realidade, mesmo que difícil, sacudo as expetativas e levanto-me firme no tempo e no espaço. Um amor prévio me libertou!
Este Deus que nos lava os pés é o serviço divinizado. A inspiração é óbvia: despoderiza-te, lava os pés do teu irmão e sê livre!
Nas religiões cristãs é centralíssima a máxima de Jesus na cruz, normalmente enunciada como: “Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?”. Há duas nuances de tradução/interpretação que são em si próprias estimulantes à reflexão e, porventura, a alguma reteologização da cruz: “Meu Deus, Meu Deus, para que me abandonaste?” e “Meu Deus, Meu Deus, a que me abandonaste?” …
L 1 Is 50, 4-7; Sl 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24
L 2 Flp 2, 6-11
Ev Mc 14, 1 – 15, 47 ou Mc 15, 1-39