«amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo»
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mc 12, 28b-34
«Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo»
Os mandamentos do amor a Deus e ao Homens são o cerne da fé judaico-cristã e são invocados com frequência como o terreno firme da religião. Pela negativa, dir-se-ia que a religião se afasta tanto mais do seu trilho quanto mais secundariza este ideário. Destacam-se dois amores (canções de Marco Paulo à parte…): a Deus e ao próximo. Mas podemos focar-nos num ‘terceiro amor’, implícito nesta passagem, sem o qual não há eficácia amorosa: o amor a si mesmo. A intenção seria amar o outro como a mim mesmo. Portanto, sem nos amarmos a nós mesmos, não poderemos amar a Deus e aos irmãos. Temos aqui algum lastro da autoestima, do conhecer-se (e aceitar-se) a si mesmo. Não é narcisismo porque tem finalidade mais ampla, sempre fora de mim, mas contando comigo e com o abraço de acolhimento e validação que consigo dar a mim mesmo… este abraço dado, reconhece-se oferecido … e a isto os crentes chamam Graça.