as vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se II Tg 5, 1-6
as vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça
O texto da epístola de Tiago alude à precariedade da materialidade e à fragilidade da acumulação. A Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, aponta, em inúmeras passagens, para a fragilidade do ter, face à força do ser. Para aqueles que leem estas palavras e já possuem alguma cultura espontânea de austeridade e a quem a vida já ensinou que vale muito pouco a pena acumular, convém abrir uma outra porta, que nos conserva sempre uma positiva inquietação: é que há ainda muitos humanos no nosso planeta que não têm os mínimos e a quem seria imoral pedir qualquer desprendimento. É legítimo que esses desejem ter o mínimo que nunca tiveram e de que precisam. Não chega, portanto, sermos modestos e austeros (embora seja um ponto de partida importante). Parte do movimento de todos nós, mesmo dos menos materialistas, é incentivar e empreender genuínas partilhas, à escala global. Essa partilha, sim, é garantia que a traça não corrói…