declaração de amor radical-naturalista

Com alguma ironia e assumindo aqui um tom caricatural (quase nunca favorável ao diálogo), imagino assim a declaração amorosa de um radical-naturalista, para quem tudo se reduz, em última análise, aos átomos e moléculas que somos: “Teu cabelo tem enxofre que dava para curar umas pipas de vinho, teu cálcio dos ossos e dos dentes vale como uma pedra da calçada, teu ferro da hemoglobina, dava para fazer um prego, o cloro dos teus sais, desinfetava uma piscina. Teu hidrogénio, oxigénio e carbono, davam um belo sabonete. Por essa utilidade te amo…”